Em declarações aos jornalistas, no início da manifestação do Stop, que teve ponto de encontro frente ao Palácio da Justiça, em Lisboa, o coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (Stop) estava convicto de que as duas ações de protesto tinham pontos de contacto.
“A carestia de vida prejudica não só os profissionais da educação, mas toda a sociedade (…) e os nossos salários não têm aumentado”, defendeu André Pestana, sobre o facto de hoje estarem a decorrer duas manifestações em Lisboa, a segunda, apesar de marcada há mais tempo, promovida pelo movimento cívico Vida Justa, com reivindicações pelo acesso à habitação ou combate ao aumento do custo médio de vida.
De acordo com o responsável, a opção pela escolha do dia de hoje para a manifestação do Stop foi feita pelas várias comissões do sindicato, com conhecimento de que havia uma outra manifestação a decorrer.
“Vamos estar também a convergir com eles, à frente da Assembleia da República e porque achamos que as lutas ficam mais fortes unidas e esperamos que seja um dia que marque de uma vez por todas, que a população, apesar da maioria absoluta que o Governo tem no parlamento, nas ruas a maioria absoluta é de quem trabalha”, afirmou.
Questionado sobre se acha que a população está do lado das reivindicações dos professores, o líder do Stop apontou que a “sociedade portuguesa está cansada de ver os seus salários a serem comidos por uma inflação galopante”, enquanto “meia dúzia de poderosos recebe milhares de milhões de euros do Orçamento do Estado”.
“Acho que é sobretudo disso que a população está farta”, defendeu.
A manifestação do Stop fez caminho em direção às Amoreiras, passou pelo bairro de Campo de Ourique e só depois desceu pela Calçada da Estrela para conseguir chegar à lateral da Assembleia da República, o que aconteceu por volta das 17:00.
Por essa altura, os milhares de manifestantes que reivindicavam “Uma Vida Justa” já estavam frente à escadaria central da Assembleia da República, depois de terem partido da Praça do Marquês de Pombal por volta das 15:00.
A presença dos manifestantes por “Uma Vida Justa” fez com que a manifestação do Stop escolha fazer um compasso de espera praticamente à porta da residência oficial do primeiro-ministro, enquanto entoam gritos de ordem ou fazem um minuto de silêncio em memória da escola pública.
Entre a organização da manifestação do Stop ouve-se que a espera é para aguardar que os manifestantes por “Uma Vida Justa” terminem a ação de protesto e o Stop possa encaminhar os seus manifestantes para a frente da Assembleia, onde está previsto que nos próximos três dias decorra uma vigília em permanência.
Ao fim de algum tempo, as duas manifestações lá se juntaram e acabaram por convergir no protesto, com vários milhares de pessoas juntas tanto em defensa da escola pública, como por melhores condições de vida.
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