António Costa dedicou toda a primeira parte da mensagem de Natal às tragédias ocorridas com os incêndios em junho e em outubro deste ano, dizendo que o Governo nunca esquecerá "a dor e o sofrimento das pessoas, nem o nível de destruição" provocado por estas catástrofes.
"Reafirmo, perante os portugueses, o compromisso de fazer tudo o que tem de ser feito para prevenir e evitar, naquilo que é humanamente possível, tragédias como a que vivemos. Melhorando a prevenção, o alerta, o socorro, a capacidade de combater as chamas", salientou.
Na perspetiva do líder do executivo, porém, a par dos meios de prevenção e de combate aos fogos, o país deve concentrar-se também "com persistência no que exige tempo, mas que é o mais decisivo e estrutural: a revitalização do interior e o reordenamento da floresta".
"Os portugueses estão unidos e mobilizados para esta causa. É um grande desígnio de Portugal e dos portugueses. Todos juntos vamos alcançá-lo", declarou, já depois de ter lamentado as consequências dos incêndios de junho e de outubro no país, que provocaram mais de 100 mortos, cerca de 350 feridos e milhões de euros de prejuízos.
"Foi uma tragédia para as famílias que perderam os seus familiares e os seus bens, foi uma tragédia para as populações e as terras fustigadas pelo fogo, foi uma tragédia para todo o país e foi um momento de luto nacional que sofremos coletivamente", referiu, enaltecendo, depois, "a coragem, o altruísmo, a entreajuda, a enorme onda de solidariedade” que cresceu em Portugal.
António Costa aproveitou ainda para destacar a importância da ação desenvolvida pelas populações das zonas atingidas, dos autarcas, dos bombeiros voluntários e profissionais, dos militares, das forças de segurança, dos escuteiros, de médicos e enfermeiros.
"Não esqueceremos a vontade de não desistir, de não abandonar, de reconstruir o que foi destruído, de fazer renascer o que foi devastado. Disso tenho sido testemunha nas muitas visitas de trabalho que tenho feito aos concelhos atingidos", vincou.
Os assuntos económico-financeiros estiveram em destaque na segunda parte da mensagem de Natal de António Costa.
Neste capítulo, o primeiro-ministro congratulou-se com os resultados alcançados em 2017, apontando que o país saiu do Procedimento por Défices Excessivos na União Europeia, que o crescimento será "o maior" desde o início do século e sustentando que foram criados 242 mil novos postos de trabalho.
"Libertámo-nos da austeridade e conquistámos a credibilidade. Chegou o tempo de vencer os bloqueios ao desenvolvimento", considerou, antes de adiantar que o emprego "é a prioridade" que o Governo definiu para 2018.
"Emprego digno, salário justo e oportunidade de realização profissional são condições essenciais para os jovens perspetivarem o seu futuro em Portugal. Não um futuro adiado, mas um futuro alicerçado em boas oportunidades de formação e de emprego qualificado, de habitação acessível, numa sociedade dinâmica, aberta ao mundo, que garanta a liberdade de plena realização pessoal", justificou.
O primeiro-ministro defendeu depois a tese de que só com emprego de qualidade Portugal poderá ter "um crescimento sustentável", estando preparado para "agarrar as oportunidades que o futuro traz e para enfrentar os desafios tão complexos do século XXI, como as alterações climáticas, a construção da sociedade digital ou o declínio demográfico".
"Este ano confirmou que, perante as dificuldades, os portugueses se unem na solidariedade e com determinação. É com essa energia e com essa vontade que contamos em 2018 continuar com mais crescimento, melhor emprego, maior igualdade", acrescentou.
Na sua mensagem de Natal, tal como nos dois anos anteriores, o primeiro-ministro deixou palavras de "especial carinho" às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, de "louvor e reconhecimento aos militares das Forças Armadas e aos elementos das forças de segurança que se encontram em missões de paz", assim como palavras de "gratidão aos que se encontram a trabalhar" neste período de festas.
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