É oficial. A chanceler alemã Angela Merkel irá recandidatar-se pela União Democrata-Cristã (CDU) nas eleições do próximo ano, para tentar um quarto mandato.

"O combate em defesa dos nossos valores" democráticos e de liberdade, bem como a defesa "do nosso modo de vida" serão um dos elementos-chave do seu programa, declarou este domingo à imprensa a chanceler, à margem de uma reunião do partido em Berlim.

As eleições, previstas para setembro ou outubro de 2017, serão "as mais difíceis já realizadas, pelo menos desde a reunificação da Alemanha", em 1990, devido à polarização da sociedade e das vitórias recentes da direita populista anti-refugiados da Alternativa para a Alemanha.

Entre os valores que defende, Merkel citou, além da democracia, "a liberdade e o Estado de direito". "É o que me guia", disse, considerando que as "disputas" eleitorais fazem parte do processo democrático normal, mas que não devem ser transformados em "ódio".

Merkel também ressalvou que a sua candidatura iria intervir num contexto global agitado, "com uma situação internacional que deve ser reajustada após as eleições americanas", marcadas pela vitória de Donald Trump.

Merkel governa a Alemanha desde 2005. A sua decisão de receber um milhão de refugiados provocou uma queda nas sondagens de popularidade e várias derrotas eleitorais do seu partido este ano. Nas últimas semanas, no entanto, o seu índice de popularidade melhorou.

A interrupção do fluxo de entrada de refugiados no país e, sobretudo, o temor provocado na Alemanha e em todo o mundo pela vitória de Donald Trump nas eleições americanas permitiram a sua recuperação.

Os defensores de Merkel consideram-na uma garantia de estabilidade e o último baluarte dos valores democráticos do Ocidente, ante o avanço do populismo.

Após 11 anos à frente do país, Merkel já ostenta o recorde de longevidade entre os atuais governantes ocidentais.