“Trata-se, na minha opinião, de um tratado essencial”, declarou Merkel à imprensa em Berlim, sublinhando que a Alemanha continuará “naturalmente” a aplicar as disposições do acordo e que “aguarda agora” a decisão de Donald Trump.
Após semanas de adiamentos, Trump deve pronunciar-se hoje sobre se os Estados Unidos vão ou não honrar as obrigações constantes do acordo sobre o clima (assinado pelo seu antecessor, Barack Obama), perante o olhar preocupado dos outros 194 países signatários deste texto histórico.
Durante a campanha presidencial, o empresário septuagenário prometeu abandonar o documento, em nome da defesa dos empregos norte-americanos na exploração do carvão e na indústria em geral.
Mas muitas vozes se ergueram na comunidade internacional (com a China e a União Europeia à cabeça), no mundo dos negócios e mesmo dentro da sua própria administração, instando-o a rever a sua posição e recordando a urgência de agir perante o aquecimento do planeta já em curso.
O anúncio está marcado para as 15:00 locais (20:00 de Lisboa), a partir dos jardins da Casa Branca.
Apesar de informações filtradas para a imprensa norte-americana sustentarem a ideia de uma saída, a Casa Branca advertiu contra qualquer conclusão apressada.
“Estou a ouvir muitas pessoas, dos dois lados”, assegurou o Presidente norte-americano na quarta-feira à tarde.
O tratado destina-se a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e, assim, limitar o aumento das temperaturas a 1,5 graus centígrados em relação à era pré-industrial.
Antes da chanceler alemã, os responsáveis da União Europeia e da China defenderam hoje o acordo sobre o clima e exortaram o chefe de Estado norte-americano a não o abandonar.
Os primeiros-ministros da Índia e da China, Narendra Modi e Li Keqiang, que se reuniram esta semana em separado com a chanceler alemã, garantiram que os seus países se manterão no acordo independentemente da decisão de Trump.
Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases poluentes do mundo, a seguir à China, e a sua participação no acordo de Paris é fundamental tanto para travar as alterações climáticas como para financiar as ajudas aos países que mais sofrem os efeitos do aquecimento global.
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