Cerca de uma dezena de manifestantes saíu de uma marcha com algumas centenas de ativistas e romperam o cordão policial antes de serem repelidos, num desafio à proibição de protestos no centro da cidade durante a vista de dois dias de Merkel, onde manterá conversações o primeiro-ministro Aléxis Tsipras e outros responsáveis, incluindo o líder da oposição.

Não foram registadas detenções ou feridos, referiu a agência noticiosa Associated Press (AP).

Cerca de 2.000 agentes, um helicóptero da polícia e ‘drones’ [aviões não-tripulados] foram mobilizados para a visita, que termina na tarde de sexta-feira. Diversas ruas e estações de metro foram encerradas por motivos de segurança.

Merkel é acusada por amplos setores na Grécia pela austeridade imposta ao país na última década no decurso da designada crise da dívida, que motivou uma profunda e prolongada recessão a uma queda abrupta do nível de vida da população.

A Alemanha foi o principal contribuinte nos três pacotes de resgate impostos à Grécia entre 2010 e 2018, em plena crise financeira e que quase implicou a saída do país balcânico da zona euro. Na sequência destes empréstimos, sucessivos governos promoveram aumentos de impostos e baixaram pensões e salários.

No decurso de um curto diálogo com Tsipras transmitido pela televisão e antes das conversações, Merkel destacou a melhoria das finanças gregas.

“Os anos mais difíceis já passaram, mas conseguimos reforçar o espírito europeu”, disse. “O povo grego atravessou uma fase muito difícil e gostava de agradecer pelo que a Grécia conseguiu apesar as dificuldades financeiras e as duras medidas [de austeridade], e pelo que a Grécia está a conseguir mesmo agora”, acrescentou Merkel.

Merkel e Tsipras já se encontram por diversas vezes nos anos mais recentes, mas este é a primeira vez que a chanceler alemã visita Atenas desde que Tsipras assumiu o cargo de primeiro-ministro em janeiro de 2015, no decurso de uma aguerrida campanha do seu partido Syriza contra os planos de resgate internacionais e contra as políticas de Merkel.