“É claro que as negociações, que são difíceis, não vão ser concluídas no próximo Conselho da UE”, disse Merkel numa conferência de imprensa em Berlim.
“O objetivo deve ser encontrar tempo suficiente no outono para que os parlamentos nacionais e o Parlamento Europeu possam discutir” o fundo e o plano de relançamento da economia europeia possa entrar em vigor a 01 de janeiro de 2021, acrescentou, citada pela agência AFP.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou hoje uma proposta para um fundo de recuperação económica e social da crise provocada pela pandemia de covid-19 no valor de 750 mil milhões de euros, dois terços dos quais, 500 mil milhões de euros, canalizados para os Estados-membros através de subsídios a fundo perdido, e os restantes 250 mil milhões na forma de empréstimos.
Angela Merkel, que tinha apresentado, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, uma proposta para um plano de 500 mil milhões de euros, financiado por emissão de dívida pela Comissão Europeia e distribuído a fundo perdido, afirmou que a proposta hoje apresentada não a surpreendeu.
“Contém elementos que outros Estados-membros mencionaram”, relacionadas com “créditos e garantias”, disse a chanceler, citada pela agência EFE, referindo-se às exigências dos países que recusam um plano baseado exclusivamente em transferências a fundo perdido.
Mas, disse, a proposta franco-alemã “é a base” para o acordo entre os 27.
O plano da Comissão Europeia tem de ser aprovado pelo Conselho Europeu, constituído pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-membros, que, anunciou hoje o presidente do Conselho, Charles Michel, realizará a próxima cimeira a 19 de junho.
No seu discurso, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, Von der Leyen disse esperar “um acordo político rápido” em torno das propostas hoje avançadas, defendendo que “um compromisso ao nível do Conselho Europeu até julho é necessário para conferir um novo dinamismo à recuperação e equipar a UE com uma ferramenta poderosa para reerguer a economia” europeia, fortemente atingida pela crise provocada pela pandemia.
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