Dezessete dos 34 membros ativos da OEA solicitaram, em cartas endereçadas ao Presidente do Conselho Permanente, o adiamento da Assembleia Geral Extraordinária em 20 de março para decidir quem vai liderar o bloco regional no período 2020-2025.

A proposta inicial foi feita na quarta-feira por treze membros da Comunidade do Caribe (Caricom), à qual  Argentina, México, Nicarágua e República Dominicana aderiram.

Os signatários da carta da Caricom - Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, São Cristóvão e Neves, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago - pediram a priorização da saúde e bem-estar das pessoas, uma abordagem apoiada pelos outros quatro países.

A reunião de sexta-feira foi convocada para a sede da OEA em Washington às 11H00 locais.

O atual secretário-geral, o uruguaio Luis Almagro, disputa a reeleição com a ex-ministra das Relações Exteriores do Equador, María Fernanda Espinosa. Para vencer, precisa do apoio de pelo menos 18 países.

Almagro agradeceu nesta quinta-feira através do Twitter o apoio do Chile à sua candidatura, que foi apresentada pela Colômbia e apoiada por Brasil, Bolívia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Haiti, Panamá, Paraguai, Uruguai e Venezuela. (representada pelo delegado do líder da oposição venezuelana Juan Guaidó).

Espinosa, indicada por Antígua e Barbuda e São Vicente e Granadinas, disse à AFP que "é claro" que concorda com a proposta de adiar e reagendar para quando "as restrições de viagem forem levantadas e a situação normalizar".

Também observou que as autoridades dos Estados Unidos desaconselharam a realização de reuniões com mais de 10 pessoas e que, em resposta a uma consulta nesta semana, o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) declarou que "o cancelamento do evento é altamente recomendado".

Segundo a diplomata, também ex-presidente da Assembleia Geral da ONU, para realizar a votação na sexta-feira, a OEA enviaria uma mensagem de "total indiferença" ao que está acontecendo, "quando os casos se multiplicam exponencialmente e todos os dias há mais mortos".

O facto de 17 dos 34 países desejarem o adiamento "reflete a OEA de hoje: uma organização onde tudo é polarizado. Mas aqui não se trata de ser a favor ou contra, é uma questão de bom senso", afirmou.