Gove afirmou, em comunicado, que "Boris não pode fornecer a liderança" necessária para os desafios que se aproximam, como negociar a rutura com a União Europeia, razão pela qual decidiu condidatar-se à disputa, um passo que promete dividir os partidários do Brexit e que pode favorecer Theresa May, ministra do Interior.
Michael Gove, um dos principais apoiantes de Boris Johnson, tinha sido apontado anteriormente como o número dois da candidatura de Johnson, depois de ter sido o braço direito do ex-"mayor" de Londres durante a campanha do referendo de 23 de junho que ditou a vitória do Brexit.
Theresa May oficializou também esta quinta-feira a sua candidatura. "Reuni-vos aqui para anunciar minha candidatura", disse a ministra num ato em Londres, garantindo que é a pessoa ideal para "unir e governar no melhor interesse" do Reino Unido após a vitória do Brexit.
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Johnson, por sua vez, anunciou esta quinta-feira que não será candidato a suceder David Cameron à frente do governo e do Partido Conservador.
"Depois de consultar os meus colegas e perante a situação no Parlamento, eu não posso ser essa pessoa", disse Johnson num discurso em Londres, depois de enumerar os desafios esperados para o novo primeiro-ministro britânico. Boris Johnson desiste de enfrentar o seu velho aliado e grande parte de um partido que o não o apoia por ter acabado com a carreira de David Cameron.
"Disse reiteradamente que não queria ser primeiro-ministro. Essa sempre foi a minha opinião. Mas os acontecimentos desde a última quinta-feira tiveram um grande peso", explicou Gove no comunicado. "Em particular, queria ajudar a construir uma equipa para Boris Johnson, de forma a fazer que um político que defendeu a saída da União Europeia nos liderasse para um futuro melhor", afirmou Gove, mas de acordo com o candidato "cheguei, com relutância, à conclusão de que Boris não pode fornecer a liderança ou construir a equipa para a tarefa que se aproxima", concluiu.
Notícia atualizada às 12h30.
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