“Não existe crise económica no Brasil. Estamos a crescer no emprego, na indústria e no agronegócio. Lá [no Brasil] não existe crise económica”, afirmou o chefe de Estado brasileiro, em Hamburgo, citado pelo jornal brasileiro O Globo.

Temer participará na cimeira do G20 – grupo dos 20 países mais industrializados -, que decorre até sábado nesta cidade alemã.

A economia brasileira está no patamar de 2010.

A taxa de desemprego situou-se nos 13,3% no trimestre encerrado em maio, afetando 13,8 milhões de pessoas, a taxa mais elevada para este semestre desde 2012. Já a produção industrial, em 12 meses, recua 2,4%.

O Produto Interno Bruto (PIB) teve uma subida de 1% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com os últimos três meses de 2016, mas influenciado principalmente pelo bom desempenho da agropecuária. Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, o PIB caiu 0,4%.

Questionado se a crise política não atrapalharia a retoma do crescimento económico do país, Temer apenas disse “não”, fazendo um sinal negativo com o dedo indicador da mão.

O Presidente justificou a viagem a Hamburgo, que tinha cancelado na semana passada.

“Haverá a reunião dos BRIC [grupo que reúne o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], onde vamos discutir naturalmente o desenvolvimento desta aliança entre os cinco países e de alguma maneira participar nesta grande reunião que é o G20, onde alguns temas fundamentais para os membros do grupo serão debatidos, entre eles o meio ambiente”, disse.

O ministro da Fazenda (Finanças), Henrique Meirelles, afastou que o país esteja numa situação de “ingovernabilidade” — expressão utilizada pelo presidente do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) -, mas reconheceu alguma influência da crise política no desempenho da economia.

O ministro destacou no entanto a recuperação económica.

“Existe, sim, uma certa diminuição do nível de confiança, mas num terreno positivo. Estamos bastante focados na agenda económica”, disse, citado pelo mesmo jornal.

“A economia vai bem, o que é o aspeto mais relevante. O mercado tem mantido uma relativa estabilidade, e do nosso ponto de vista também continuamos com alguns ajustes de cronograma, trabalhando com os deputados, tendo em vista a aprovação das reformas”, disse.

Segundo o governante brasileiro, a reforma do mercado laboral está a avançar e a reforma da Previdência (Segurança Social) deverá ser discutida no segundo semestre”.

Questionado se poderia continuar como ministro da Fazenda num novo governo, no caso da destituição de Temer, disse apenas: “Não trabalho por hipóteses”.

Sobre a mensagem que vai transmitir aos restantes países em Hamburgo, a propósito da crise política brasileira, Meirelles explicitou que irá garantir que “o país prossegue com as instituições funcionando bem, dentro da Constituição, das normas vigentes”.

Em breve a Câmara dos Deputados vai tomar uma decisão sobre a denúncia de Temer, referiu, acrescentando que a expectativa do Governo é que “não seja aceite”.

“O mais importante, do ponto de vista dos ministros de Economia, é que a economia funciona bem e está a dar mostras de resiliência e de força neste período de alguma incerteza”, declarou.

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