O Presidente brasileiro, Michel Temer, anunciou este sábado que vai pedir a suspensão do inquérito de corrupção passiva de que é alvo no Supremo Tribunal Federal (STF) até que seja confirmada a autenticidade de uma gravação que alegadamente o compromete.

“Estamos entrando com petição no STF para suspender o inquérito até que seja verificada a autenticidade da gravação clandestina”, afirmou o chefe de Estado brasileiro, numa declaração ao país.

Temer afirmou que as acusações baseiam-se numa "gravação manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos".

"Continuarei à frente do governo", sublinhou.

Desde quarta-feira que o Brasil vive num estado de comoção política. Tudo começou quando o jornalista Lauro Jardim, do Jornal O Globo, revelou uma conversa entre Temer e Joesley Batista, na qual, segundo Janot, o presidente deu a sua concordância ao pagamento de subornos para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.

Na sexta-feira, o presidente brasileiro foi acusado na pela Procuradoria-geral da República (PGR) de tentativa de obstrução à Justiça. Segundo a PGR, Temer teria atuado em coordenação com o senador e ex-candidato à Presidência Aécio Neves, suspenso do cargo na quinta-feira com o objetivo de impedir a continuação da Operação 'Lava Jato'.

O documento também menciona a participação de Alexandre de Moraes, juiz do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Justiça de Temer. As acusações se baseiam nas delações premiadas dos executivos da multinacional mundial do setor alimentar JBS, nomeadamente pela voz dos seus principais detentores, Joesley e Wesley Batista. As delações só serão consideradas provas depois de validadas pela Justiça.

Temer negou enfaticamente as acusações, assim como os pedidos para que renunciasse.Nos documentos divulgados na sexta-feira, Temer aparece mencionado ao lado dos antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff numa lista de supostos beneficiários de subornos pagos por executivos da JBS.

[Notícia atualizada às 19h25]