"Não foi uma decisão fácil nem leviana. É emocionalmente complexa a decisão de abandonar o LIVRE, partido que ajudei a fundar e ao qual dediquei 6 anos da minha vida. As razões para a minha saída foram explicadas internamente", lê-se numa das mensagens publicadas pelo candidato às eleições legislativas de outubro, no Twitter, no segundo lugar da lista de Setúbal do Livre.
Miguel Dias escreveu ainda: "posso adiantar que não estão relacionadas com o conteúdo, pois os meus valores ideológicos e as ideias politicas continuam a condizer em larga medida com o defendido com o partido; antes com uma questão de forma e de postura política na qual não me revejo".
O Livre e a sua deputada única, Joacine Moreira, têm estado envoltos em polémicas desde a eleição da parlamentar, em 06 de outubro, primeiro devido à gaguez da ativista e a consequente necessidade de tolerância nos tempos de intervenção, à qual o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, tem acedido.
Recentemente, foram tornados públicos desentendimentos entre a direção do partido e a deputada na sequência da abstenção de Joacine Moreira face a um voto de condenação da ação militar israelita na Faixa de Gaza, seguindo-se trocas de acusações de falta de lealdade política ou de falta de solidariedade ainda durante a campanha eleitoral.
Há dois dias, Joacine Moreira entregou no parlamento um projeto de lei sobre a nacionalidade, uma das principais bandeiras do partido nas eleições, mas fora do prazo consensualmente estabelecido na anterior legislatura entre as bancadas dos partidos com assento parlamentar.
Na terça-feira, a deputada única do Livre protagonizou um momento insólito em São Bento, com o seu assessor a pedir a um elemento da Guarda Nacional Republicana para a escoltar a fim de evitar responder a perguntas de jornalistas.
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