"Considero preocupante o estado atual do nosso partido. Não aceito um PSD destituído de ambição (...). Eu quero ganhar eleições, quero ganhar as autárquicas e as legislativas", afirmou Miguel Pinto Luz.

O candidato à liderança do PSD deslocou-se hoje ao Fundão, distrito de Castelo Branco, onde fez uma intervenção no II Congresso da Coesão Territorial, uma iniciativa organizada pela Juventude Social Democrata (JSD) e na qual participam os restantes candidatos, Rui Rio e Luís Montenegro.

"Há gente que gosta apenas de partes do PSD. Não sei o que é gostar a 50%. Ou se gosta ou não se gosta. Nunca procurei o partido em busca de cargos. Acredito que a politica só faz sentido da seguinte forma: serviço público", frisou.

Miguel Pinto Luz, que fez uma intervenção quase sempre ao ataque, mas sem nunca referir o nome de nenhum dos seus adversários, recordou que em 17 anos o PSD delapidou um capital enorme: "Perdemos 12 pontos em 17 anos".

Adiantou ainda que ficou "chocado", durante a última campanha eleitoral para as legislativas com o facto de o PSD nunca ter utilizado a palavra "mudança".

"Parece que estamos confortáveis com o 'status quo' (...). Parece que o PSD desligou a tomada ao mundo real. Não permitirei, o meu PSD não o permitirá", sublinhou.

O candidato social-democrata deixou um desafio aos jovens e disse mesmo que precisa de ser provocado pela JSD.

Sobre o aparecimento de novos partidos políticos em Portugal, disse que o PAN apareceu porque o PSD deixou de dar respostas ambientais e o CHEGA surgiu porque o partido não deu as respostas sociais que tinha que dar.

"Só aparecem novos partidos no centro direita porque nós estivemos ausentes das respostas que tínhamos que dar aos portugueses. Voltaremos pois a ganhar o país quando os elementos mais inovadores da nossa sociedade confiarem novamente no nosso projeto. Isto é aquilo a que me proponho. Apresentar um projeto outra vez inovado que mereça a confiança dos portugueses", sustentou.

Miguel Pinto Luz caracterizou o PSD como um "partido frentista", onde cabem todos e adiantou que o PSD precisa de se modernizar.

"O PSD hoje está envelhecido. Está distante da realidade digital, da forma de aproximação entre os nossos cidadãos, entre a militância e os nossos dirigentes, a forma absolutamente distante de organização territorial do PSD. Isso limita-nos muito a nossa ação politica. Nós temos que modernizar o PSD", sublinhou.

Defendeu um PSD de confiança e uma oposição confiável e disse que o primeiro interesse não é a agenda do partido, mas sim a agenda e o interesse nacional.

"Seremos uma oposição de confiança porque eu saberei congregar quem pensa de maneira diferente. Isso é muito importante. E seremos uma oposição de confiança porque saberei também congregar os setores mais dinâmicos que se afastaram do PSD. O PSD será novamente a escolha dos portugueses e nunca por nunca a segunda escolha do partido socialista. Nós lideramos a alternativa ao partido socialista", afirmou.

O candidato social-democrata explicou que é essa e a tarefa que se propõe liderar, uma oposição de confiança capaz de conduzir o PSD novamente ao Governo de Portugal.