A freira Wilhelmina Lancaster foi enterrada em 2019 sem nenhum processo de embalsamento, mas foi descoberta intacta depois de ser exumada no mês passado. O fenómeno, que muitos já consideram sagrado, está a fazer com que milhares de pessoas se desloquem até ao estado do Missouri, nos Estados Unidos (EUA), onde a religiosa foi inicialmente enterrada.

De acordo com o canal britânico SkyNews, a freira pertencia à congregação americana da ordem da Rainha dos Apóstolos, situada na pequena cidade de Gower, no estado do Missouri, e foi desenterrada por ordem das irmãs.

Depois de ser pública a informação de que o corpo desta freira não se teria decomposto e que nunca lhe teria sido aplicado qualquer processo de embalsamento, os visitantes começaram a chegar de vários sítios do país, tendo a oportunidade de tocar no cadáver e levar para casa uma colher de chá de terra da sepultura.

Segundo o canal britânico, a irmã Wilhelmina foi enterrada há quatro anos apenas num caixão de madeira simples.

O objetivo desta exumação era a preparação para a instalação de um novo santuário que envolvia um novo enterro da freira, altura em que foi descoberta com "um hábito religioso perfeitamente preservado", segundo o comunicado do convento, citado pelo canal.

Cerca de 1.800 pessoas reuniram-se na cidade, depois de um e-mail privado, que mencionava a notícia, se tornar público por engano.

O fenómeno foi descrito como um sinal católico de santidade por alguns, embora também tenham sido oferecidas explicações científicas para a falta de decomposição.

A professora Rebecca George, antropóloga na Western Carolina University, sublinhou ao meio internacional que a falta de decomposição do corpo pode não ser tão rara e que os caixões e roupas ajudam a preservar os corpos.

Acrescentou ainda que "normalmente, quando enterramos pessoas, não as exumamos. Não conseguimos vê-las alguns anos depois. Cem depois anos pode não sobrar nada. Mas quando passaram apenas alguns anos, este tipo de fenómeno não é inesperado".

A Diocese de Kansas City-St Joseph, da qual faz parte a congregação, disse: "A condição dos restos mortais da irmã Wilhelmina Lancaster gerou, compreensivelmente, um interesse generalizado e levantou questões importantes. Ao mesmo tempo, é importante proteger a integridade dos restos mortais da irmã Wilhelmina para permitir uma investigação completa”.

O caso de santidade devido à "incorruptibilidade" do corpo "ainda não foi iniciado", acrescentou a diocese.

Os restos mortais de Wilhelmina Lancaster vão agora ser colocados num caixão de vidro, para que todos a possam observar mas sem tocar.