Os manifestantes, muitos oriundos de outros pontos do Reino Unido, percorreram a distância que separa Park Lane da praça do Parlamento e tingiram toda a zona de azulão e amarelo, as cores da bandeira da UE.

“O ‘Brexit’ [saída do Reino Unido da UE] nunca poderia funcionar” ou “Votamos para continuar” na União Europeia, lia-se em alguns dos cartazes no protesto.

“Estamos a sentir de forma muito acentuada a má situação em que estamos agora. Pode-se traçar a sua origem diretamente até ao referendo [do ‘Brexit’] de 2016, que supostamente era um referendo consultivo [e não vinculativo]”, argumentou uma professora de 60 anos de Warwickshire, Nikki Ajibade.

“Não foi uma grande maioria: 52% [a favor da saída do Reino Unido da UE] e 48% [contra] não é um resultado que permita fazer uma mudança tão brusca e dar a volta ao país. Basta ver como estamos seis anos depois”, acrescentou.

Os manifestantes vaiaram as imagens dos protagonistas mais destacados do ‘Brexit’, como o ex-primeiro-ministro Boris Johnson, cujo Governo concluiu as negociações de saída do país do bloco comunitário de que era membro desde 1973, a ex-ministra do Interior entre 2019 e 2022, Priti Patel, e o conservador e eurocético Nigel Farage, ex-líder do Partido de Independência do Reino Unido (UKIP), projetadas num ecrã digital próximo do Parlamento.

Esta manifestação surge na sequência da demissão, na quinta-feira, da então primeira-ministra britânica, a conservadora Liz Truss, que esteve no cargo durante apenas seis semanas, marcadas por turbulência económica e caos político, e cujo sucessor se espera seja anunciado na próxima semana pelos Tories (conservadores).