Como é habitual em maio, mês que marcou o início das aparições em Fátima, o Santuário espera milhares de peregrinos para as celebrações de dias 12 e 13. Há mais de 130 grupos de peregrinos inscritos, de 30 países.
No ano em que Portugal recebe a Jornada Mundial da Juventude, que acontece em agosto, em Lisboa, esta peregrinação associa-se ao tema proposto pelo Papa Francisco para a JMJ, “Maria levantou-se e partiu apressadamente”.
As cerimónias seguem o programa habitual, com início esta sexta-feira, dia 12, às 21:30, com o terço, seguindo-se a procissão das velas e a celebração da palavra, no altar do recinto.
Antes de se iniciar o terço, os símbolos da JMJ — a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani — vão descer até à Capelinha das Aparições, desde o topo norte do recinto, e permanecerão no Santuário até ao final da missa internacional, no dia 13, sábado.
Durante a noite e madrugada de 13, os símbolos estarão na vigília jovem na Basílica de Nossa Senhora do Rosário e, às 02:00, acompanharão a Via-sacra jovem no caminho dos Pastorinhos até ao Calvário Húngaro.
A Peregrinação Internacional Aniversária de maio prossegue com a procissão eucarística no recinto de oração às 07:00, seguida do terço às 09:00 e a missa internacional às 10:00.
Do Vaticano para Fátima
A presença do cardeal Pietro Parolin em Fátima é similar à que ocorreu em outubro de 2016, quando presidiu às cerimónias da última peregrinação aniversária daquele ano ao Santuário, meses antes da visita do Papa Francisco, que em maio de 2017 canonizou na Cova da Iria os videntes Francisco e Jacinta Marto.
Desta vez, o Secretário de Estado do Vaticano estará no Santuário de Fátima cerca de três meses antes da esperada visita do Papa Francisco à Cova da Iria, no âmbito da sua deslocação a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude.
Pietro Parolin é cardeal desde 12 de janeiro de 2014, tendo recebido a ordenação episcopal das mãos do Papa Bento XVI, em 12 de setembro de 2009. Depois, a 31 de agosto de 2013, foi nomeado secretário de Estado do Vaticano pelo Papa Francisco.
O Santuário de Fátima sublinhou ainda que o cardeal Pietro Parolin “preside às celebrações que evocam a primeira aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, numa altura em que o mundo católico espera pela publicação do decreto que confirme as virtudes heroicas da vidente Lúcia, cujas memórias fizeram chegar mais longe o essencial da mensagem celeste deixada em 1917”.
Uma peregrinação com segurança reforçada — e um teste para agosto
A Guarda Nacional Republicana (GNR) vai envolver, entre os dias 12 e 14 de maio, cerca de 700 militares na operação de segurança da Peregrinação Internacional ao Santuário de Fátima.
Estes militares, de várias unidades e com múltiplas valências, terão como principal tarefa garantir a segurança do Santuário e dos peregrinos, sublinhou a major Mafalda Almeida, porta-voz da GNR, acrescentando haver a “expectativa de que esta peregrinação seja o evento com maior número de pessoas em Portugal antes da Jornada Mundial da Juventude”, que se realiza em agosto e durante a qual se espera a visita do Papa a Fátima.
O tenente-coronel Pedro Graça, comandante do Comando Territorial de Santarém, por seu turno, estimou que a multidão de peregrinos esperada em Fátima para a primeira grande peregrinação do ano à Cova da Iria poderá atingir entre 250 e 300 mil pessoas, números verificados antes da pandemia.
Com patrulhas apeadas e a cavalo, um posto móvel de atendimento aos peregrinos e o recurso a drones, além de equipas cinotécnicas e de inativação de explosivos a postos, bem como elementos descaracterizados, a GNR vai aproveitar a peregrinação para “testar e ajustar o dispositivo” tendo em conta as necessidades que se verificarão em agosto com a segunda presença do Papa Francisco no Santuário.
A colaborar com os militares da GNR estará uma equipa multidisciplinar da Guardia Civil espanhola, dando continuidade a uma prática que vem sendo habitual desde há alguns anos.
Questionada sobre um eventual aumento dos riscos de segurança, além dos habituais furtos em viaturas, os carteiristas ou as burlas, a porta-voz da GNR foi perentória: “se há mais pessoas, há mais riscos”, embora “não seja expectável que aconteça” em Fátima “alguma situação fora do padrão habitual”.
Mas “estamos sempre a preparar-nos para o pior”, disse a major.
Já quanto ao mês de agosto, Mafalda Almeida frisou que a JMJ em Fátima não será apenas a passagem do Papa, pois “muita gente quererá ir ao Santuário” nos dias em que estiver em Portugal e, logo depois da Jornada haverá a peregrinação de 12 e 13 de agosto, pelo que a operação se estenderá desde um período antes da visita de Francisco à Cova da Iria até ao fim das cerimónias da peregrinação.
* Com Lusa
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