“Pelo menos 19.000 pessoas foram retiradas de Yellowknife nas últimas 48 horas”, quase toda a cidade, disse na sexta-feira à noite o ministro do Meio Ambiente dos Territórios do Noroeste, dos quais Yellowknife é a capital, Shane Thompson.
De acordo com a agência AFP, 15.000 pessoas fugiram por estradas, 3.800 foram retiradas por via aérea e pelo menos 300 bombeiros foram mobilizados para combater as chamas, acrescentou.
Alguns dos deslocados chegaram na sexta-feira à noite ao aeroporto de Calgary, em Alberta, cerca de 1.750 quilómetros a sul de Yellowknife, com pequenas malas e por vezes com um animal de estimação, observou um jornalista da AFP no local.
Pelo menos 40 voos, que transportaram cerca de 3.500 passageiros de Yellowknife, aterraram em Calgary, e a cidade disponibilizou 495 quartos de hotel para os deslocados, indicaram as autoridades.
A província da Colúmbia Britânica, a cerca de 600 quilómetros a oeste de Calgary, também enfrenta incêndios e teve de declarar estado de emergência na sexta-feira.
Os incêndios afetam em particular West Kelowna (mais de 30.000 habitantes), onde “um número significativo” de casas arderam, segundo as autoridades.
O hotel Lake Okanagan Resort, que no passado já recebeu políticos como a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, está entre os prédios devastados pelas chamas, conforme mostram imagens que circulam na imprensa local.
A situação também é crítica do outro lado do lago Okanagan, em Kelowna (cerca de 150.000 habitantes), onde o campus local da Universidade de British Columbia, que acolhe mais de 11.000 estudantes, foi colocado sob ordem de evacuação na noite de sexta-feira.
O espaço aéreo da região também foi encerrado para auxiliar os esforços das aeronaves de combate a incêndios.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, viajou na sexta-feira à noite para Edmonton, a cerca de 1.000 quilómetros de Yellowknife, onde se reuniu com deslocados do norte.
O país está a atravessar um período recorde de incêndios florestais este ano: 168.000 habitantes foram deslocados em todo o país e 14 milhões de hectares — aproximadamente o tamanho da Grécia — arderam, o dobro do recorde máximo registado em 1989.
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