Os manifestantes, na sua maioria jovens e estudantes universitários, marcharam até à entrada da Secretaria Presidencial, empunhando bandeiras e cartazes que pedem a renuncia do atual presidente e do seu irmão, ex-presidente e agora primeiro-ministro, Mahinda Rajapaksa, noticia a agência Efe.

Este é mais um dos muitos protestos que ocorreram no país nas últimas semanas, contra a família Rajapaksa, que até agora era vista pela maioria dos cidadãos da ilha como heróis nacionais.

Em pano de fundo está o descontentamento generalizado no país devido à deterioração da economia, com grave escassez de divisas, restrições às importações e a incapacidade do Governo em fornecer bens essenciais como combustível, gás, medicamentos e alimentos.

Os protestos liderados por jovens intensificaram-se na semana passada, depois de a polícia agredir manifestantes, quando estes tentavam entrar numa residência privada do Presidente, o que resultou na detenção de 53 pessoas.

O Governo declarou uma Lei de Emergência em 01 de abril, que dá amplos poderes às forças de segurança e à polícia, e que impôs um recolher obrigatório de 36 horas.

Os manifestantes, que adotaram o ‘slogan’ “Go home Gota”, responsabilizam o Governo pela crise económica.

A crise económica sem precedentes do Sri Lanka é resultado, em parte, do alto endividamento do país, da recessão económica causada pela pandemia covid-19 e de uma queda drástica na atividade turística, principal fonte de divisas.

A esta conjuntura soma-se o excesso na impressão de dinheiro e a consequente depreciação da moeda nacional, promovida pelo Governo para fazer face os gastos públicos.

Em dezembro, o secretário do Ministério da Agricultura, Udith Jayasinghe, já tinha alertado para o risco de fome, devido à proibição da importação de agroquímicos decidida, há um ano, pelo Governo para economizar divisas.