O protesto foi convocado pela principal formação da oposição albano-kosovar, Vetevendosje (Autodeterminação, esquerda nacionalista).

A manifestação percorreu várias ruas do centro da capital kosovar, onde ficam localizadas as principais instituições do jovem país, e decorreu sem incidentes, segundo relatou a agência noticiosa espanhola EFE.

“O protesto da população contra as aventuras e os jogos do Presidente mostram que as pessoas querem o seu país”, afirmou Albin Kurti, o líder do Vetevendosje, citado pela emissora kosovar RTK.

“As pessoas estão dispostas a defender o seu país do Presidente, que (…) só está preocupado com a sua posição”, acrescentou Kurti, que acredita que as intenções de Hashim Thaci podem ter consequências “trágicas”.

O Presidente do Kosovo tem defendido uma “correção de fronteiras” que implicaria incluir no Kosovo o chamado “Vale de Presevo”, uma zona do sul da Sérvia povoada por uma maioria albanesa.

O plano tem suscitado fortes críticas da oposição, mas também entre membros dos partidos no poder.

Os críticos veem na proposta de Thaci uma divisão do Kosovo, uma vez que implicaria ceder à Sérvia, em troca do Vale de Presevo, parte do território norte kosovar, povoado por sérvios kosovares.

A oposição questiona a legitimidade de Thaci e da sua equipa para negociar tal assunto, uma vez que não detém o apoio parlamentar suficiente.

O Kosovo, habitado por uma larga maioria de população albanesa, proclamou unilateralmente a sua independência da Sérvia em fevereiro de 2008, com o apoio dos Estados Unidos e da maioria dos países da União Europeia (UE).

Belgrado não reconhece a independência da antiga província sérvia, e apoia os sérvios do norte do Kosovo, que estabeleceram naquela região instituições autónomas, como escolas e tribunais.

Sérvia e Kosovo mantêm desde 2013, sob a mediação da Comissão Europeia, um diálogo para normalizar as suas relações e alcançar um acordo juridicamente vinculativo, exigido pela UE para uma eventual entrada no clube europeu.