O protesto iniciou-se pelas 15:00 na Alameda, em Lisboa, e desceu a Avenida Almirante Reis, em direção à Baixa, juntando milhares de pessoas pelo caminho, que se deslocaram a pé ou em carros apetrechados com colunas de som.

Os manifestantes, entre os quais se destacavam muitos jovens, gritavam palavras de ordem como “A casa custa, queremos uma vida justa” e carregavam cartazes e faixas onde se podiam ler frases como “Onde estão as casas de quem faz as casas?”, “O vosso lucro é a nossa miséria” ou “ Mais baldios, menos senhorios”.

“Faço parte desta manifestação porque é preciso lutarmos contra este sistema que põe o lucro acima da vida das pessoas. Não é possível que numa cidade com tantas casas, existam tantas pessoas que tenham que morrer na rua e não é possível que nós, sabendo que temos que cortar os combustíveis fosseis até 2030, o nosso Governo continue a falar de metas ridículas até 2040 ou 2050”, afirmou a estudante universitária Catarina Bio, em declarações à agência Lusa.

Para a manifestante, tanto o pacote Mais Habitação, como as medidas para mitigar as alterações climáticas não passam de “uma fachada” ou de “um penso rápido” para “fingir que o Governo está a fazer algo”.

As plataformas Casa para Viver e ‘Their Time to Pay’ promovem hoje um conjunto de manifestações pelo direito à habitação e pela justiça climática.

“Lutamos pelo direito à habitação e por permanecer nos espaços, por uma vida digna para todas as pessoas e por medidas que travem a crise climática. Estas são duas lutas contra o capital, que coloca a especulação e o lucro acima da vida”, lê-se na informação difundida pelas duas plataformas.

Os protestos começaram esta manhã no Barreiro, Beja, Évora, Portalegre e Tavira.

Da parte da tarde, além de Lisboa, decorreram manifestações no Porto, Aveiro, Braga, Coimbra, Covilhã, Guimarães, Lagos, Leiria, Portimão, Viseu, Samora Correia e Alcácer do Sal.