“A falta de apoio a este Folio prende-se essencialmente com uma questão processual e procedimental”, disse a governante à agência Lusa, esclarecendo que se o festival “conseguir ultrapassar as questões de formalização de uma associação que o organize, o Governo estará em condições de apoiar a próxima edição”.
Ângela Ferreira falava à Lusa em Óbidos onde presidiu à entrega do Prémio Nacional de Ilustração ao ilustrador português André Letria, pelas ilustrações do livro “A Guerra”, com texto de José Jorge Letria e editado em 2018 pela Pato Lógico.
Atribuído pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) o prémio distinguiu ainda com duas menções honrosas as ilustradoras Susa Monteiro, com o livro “Sonho” e Mariana Rio, com “A casa da Dr.ª Farnsworth”.
O prémio, que se realiza há 23 edições, tem nos últimos cinco anos sido entregue na exposição “PIM – Mostra de Ilustração para Imaginar o Mundo”, integrada no programa do Folio Ilustra, um dos capítulos do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos.
“Este festival literário […] cumpre, desde a sua origem, aquele que é um dos objetivos centrais na lógica dos festivais literários e da sua importância enquanto iniciativas congregadoras: o de lutar contra o centralismo da oferta cultural, contribuindo para a criação de lugares e eventos de interesse cultural disseminados por todo o território português”, disse a secretária de Estado.
A promoção “da literatura, promoção do livro e da leitura”, feita em Óbidos é, segundo Ângela Ferreira, um exemplo de que, com o envolvimento das autarquias, “é possível descentralizar a oferta, criar e atrair novos públicos, promovendo uma Cultura verdadeiramente para todos”.
O Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos decorre na vila até ao dia 20 com mais de 210 iniciativas em 450 horas de programação, em torno da literatura.
Sob o tema “O Tempo e o Medo”, mais de meio milhar de convidados de quatro continentes participam em 16 mesas de escritores, 12 exposições e 13 concertos que integram a programação.
Organizado em cinco capítulos (Autores, Folia, Educa, Ilustra e Folio Mais) o festival teve a sua primeira edição em 2015, num investimento de meio milhão de euros, comparticipados por fundos comunitários, sendo desde então custeado pela autarquia e por parceiros institucionais.
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