“O ministro da Cultura lamenta que o jornal i não tenha saído hoje para as bancas, mais um episódio deplorável em que um órgão de comunicação social é alvo de ataques informáticos”, lê-se numa nota divulgada pelo ministério.
“Trata-se de uma situação lesiva dos valores de uma sociedade plural, que o ministério da Cultura acompanha com muita preocupação e atenção”, sustenta, acrescentando que “cada vez que um OCS [órgão de comunicação social] é silenciado, a democracia empobrece”.
De acordo com a tutela, o diretor do jornal i e Nascer do Sol, Mário Ramires, será recebido na sexta-feira no gabinete do ministro da Cultura, numa reunião que contará também com a presença do diretor da Inspeção-geral das Atividades Culturais (IGAC), Luís Silveira Botelho.
O jornal i não foi hoje publicado, em resultado de “repetidos ataques informáticos” que danificaram os servidores da publicação e do Nascer do Sol, segundo um comunicado divulgado na terça-feira à noite.
“O jornal i não poderá ser publicado esta quarta-feira, não sendo possível prever quando será retomada a sua edição”, lê-se na nota, que dá conta de que, “nos últimos dias, os servidores do i e do Nascer do Sol têm sofrido repetidos ataques informáticos que inviabilizam o trabalho da redação e de todos os departamentos da empresa”.
“A edição ‘online’ mantém-se, não obstante poderem vir a verificar-se algumas limitações no seu funcionamento regular”, disse o grupo.
De acordo com a mesma nota, “já foi feita participação às entidades competentes, depois de uma primeira queixa feita à Polícia Judiciária na sequência de um primeiro ataque de ‘ransomware’ no passado mês de junho”, tendo o diretor dos jornais, Mário Ramires, solicitado “uma audiência urgente ao Ministério da Cultura, com a tutela da comunicação social, que já está a acompanhar esta situação”.
“A direção dos jornais lamenta desde já o prejuízo causado aos leitores, nomeadamente aos assinantes”, conclui.
Nos últimos meses, vários órgãos de comunicação social têm sido alvo de ataques informáticos, incluindo a Impresa, dona do Expresso e da SIC, e a agência Lusa.
Comentários