Da exposição “A Paz é Possível. A Vigília da Capela do Rato e a contestação à Guerra Colonial”, no Palácio da Independência, em Lisboa, ao ciclo de cinco filmes da Cinemateca Portuguesa, que aborda “O cinema segundo Francisco”, aos livros de autores como Jorge Luis Borges, George Bernanos, Fiodor Dostoievsky e Dante, o ciclo “A Fé e a Cultura: Jornadas Novas e Antigas”, anunciado pelo Ministério da Cultura, toma por ponto de partida um universo de preferências confessadas pelo Papa.
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, numa declaração à agência Lusa, afirmou que este ciclo se destina “a acolher os voluntários e os peregrinos”, sendo “um momento para dar a conhecer a cultura e a dinâmica cultural portuguesas”.
Neste sentido vai ser posta em prática “uma política de descontos nos museus e monumentos dirigidos pelo Ministério da Cultura” vai haver ”um programa com várias iniciativas que ligam arte e religião, promovido por diversos organismos do Ministério. Procuraremos refletir neste programa algumas das preocupações do pontificado do Papa Francisco, assim como os seus gostos na literatura e no cinema”.
O ciclo tem início na quarta-feira à noite, no jardim do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), com um “concerto-conversa nocturno sobre a relação entre a música, as artes, a espiritualidade e as religiões”, com intervenções do comissário do Plano Nacional das Artes (PNA), Paulo Pires do Vale, Filipa Oliveira, Dino d’Santiago e João Carvalho, e atuações de Alice Neto de Sousa, Cati, Djodje Almeida, Mbye Ebrima, Ruben Torres, Vicente Augusto, entre outros autores.
As sessões “À Volta dos Livros do Papa” decorrem na Brotéria, em Lisboa, de 24 a 28 de julho, tomando por referência os livros “Crónicas de um pároco da aldeia”, de Georges Bernanos, numa conversa com Pedro Mexia e Tiago Cavaco, com moderação de Susana Moreira Marques; “Cadernos do Subterrâneo”, de Fiodor Dostoievsky (por João Pedro Vala); “O Senhor do Mundo”, romance de ficção científica distópico escrito por Robert Hugh Benson no início do século XX (Joana Bértholo e Pedro Gadanho, com Madalena Tamen); a “Divina Comédia”, de Dante (Alberto Manguel); e “O outro, o mesmo”, de Jorge Luis Borges (Rita Brutt e Catarina Wallenstein).
No dia 26, o Teatro Nacional de São Carlos acolhe um concerto do Coro, com árias sagradas de diferentes óperas. O concerto terá transmissão nos ecrãs do Largo de S. Carlos e a receita reverte para o Conselho Português para os Refugiados e para a Associação de Apoio à Criança e Adolescente.
“O Cinema Segundo Francisco” tem lugar na Cinemateca Portuguesa nos dias 28, 29 e 31 de julho, com a exibição de “alguns dos filmes de eleição” do Papa, tendo por referência a entrevista de 2013 ao jornal L’Osservatore Romano, na qual Francisco falou da “importância do cinema expressão na sua formação pessoal e espiritual”.
“A Estrada”, de Federico Fellini, “Esposos perante Deus”, de Mario Camerini, “Rapsódia em agosto”, de Akira Kurosawa, “A festa de Babette”, de Gabriel Axel, e “As crianças olham para nós, de Vittorio De Sica, são os filmes a exibir.
Entram igualmente neste ciclo do Ministério da Cultura as exposições “Ruy Belo – Inesgotável rosto”, patente na Biblioteca Nacional de Portugal até 23 de setembro, “A Paz é Possível. A Vigília da Capela do Rato e a contestação à Guerra Colonial”, patente no Palácio da Independência até 04 de agosto, e “Portugal no Mundo: documentos na Torre do Tombo”, que pode ser vista de 01 a 06 de agosto, que inclui “algumas Bulas Papais, a Carta de Pêro Vaz de Caminha”, entre outros documentos “inseridos no Registo de Memória do Mundo” da Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (UNESCO).
Associada à mostra no Palácio da Independência e à questão de “guerra e paz” na capela do Rato, está a exibição do documentário “Um gesto de liberdade”, de Jacinto Godinho e Carlos Oliveira, no Cinema S. Jorge, a 02 de agosto.
Aparece também integrada no ciclo a exposição “Barcelona Gótica, Obras do Museu Diocesano e da Catedral de Barcelona”, no MNAA, até 06 de agosto, que inclui pintura catalã do período gótico.
Ao longo deste ciclo, de 24 de julho a 06 de agosto, “voluntários e peregrinos inscritos” na JMJ, “devidamente credenciados e independentemente da idade”, têm “um desconto de 50%” no valor dos bilhetes de acesso aos museus, monumentos e palácios, sob tutela da Direção-Geral do Património Cultural.
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