“Confirma-se a instauração de um inquérito relacionado com factos ocorridos na manifestação” do Movimento Zero, refere a PGR, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

Segundo a PGR, o inquérito encontra-se em investigação no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

No dia da manifestação, a Polícia de Segurança Pública tinha avançado que ia apresentar uma participação ao Ministério Público, uma vez que o protesto estava apenas autorizado para ser realizado junto ao parlamento, mas os manifestantes acabaram por desfilar pelas principais ruas de Lisboa durante duas horas e meia, obrigando ao corte do trânsito em plena hora de ponta.

A Inspeção-Geral da Administração Interna também já anunciou que abriu um processo administrativo à manifestação, tendo pedido informações à PSP.

Algumas centenas de elementos da PSP e da GNR pertencentes ao Movimento Zero protestaram na segunda-feira durante cerca de 11 horas, numa concentração que começou em frente à Assembleia da República e que depois se espalhou pelas principais vias de Lisboa num desfile que durou cerca de duas horas e meia e bloqueou o trânsito, não estando este percurso autorizado.

Depois de se manifestarem pelas ruas de Lisboa e de uma passagem pelo Ministério da Administração Interna, os elementos das forças de segurança voltaram para junto da Assembleia da República, onde o policiamento foi reforçado durante a tarde com elementos da Unidade Especial de Polícia, após alguns manifestantes terem vestido o polo de serviço da PSP e da GNR, bem como colocarem o boné da Guarda Nacional República, o que é considerado uso indevido da farda.

No protesto, ouviram-se incentivos à desobediência e a palavra de ordem mais ouvida foi “Cabrita rua”, referindo-se ao ministro da Administração Interna, a quem também foram dirigidos vários insultos.

Com o lema “hora de agir – unidos somos a tempestade que os atormenta!” a concentração foi organizada pelo movimento inorgânico Zero, que surgiu nas redes sociais e que congrega elementos da PSP e da GNR, e exigem a atribuição do subsídio de trisco e a atualização salarial.

O protesto conta, na organização, com o apoio do movimento Defender Portugal, em que um dos seus dirigentes alegou ser porta-voz do Movimento Zero e aos microfones da manifestação incitou à desobediência.