“Confirma-se a instauração de inquérito, no âmbito do qual o Ministério Público determinou a realização de autópsia médico-legal”, lê-se na nota da Procuradoria-Geral da República enviada à Lusa.

Já hoje a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) tinha anunciado uma investigação às circunstâncias da morte.

“Foi determinada a instauração de uma inspeção à transferência de uma utente grávida do Hospital de Santa Maria, integrado no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, E.P.E., para o Hospital de São Francisco Xavier, integrado no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E., por uma alegada inexistência de vaga no Serviço de Neonatologia da primeira unidade hospitalar para internar o bebé quando fosse provocado o parto”, referiu a IGAS.

De acordo com a nota divulgada, o objetivo da inspeção hoje anunciada pretende responder a uma série de questões.

“Qual foi a razão pela qual a utente foi transferida entre as duas unidades hospitalares? Quem foram os responsáveis pela decisão de transferência e sob que pressupostos clínicos asseguraram que a utente poderia ser transferida em segurança? Qual era a situação do Serviço de Neonatologia do Hospital de Santa Maria na data da transferência da utente? Em que circunstâncias ocorreu a morte da utente? Existiam soluções alternativas e mais seguras à transferência da utente?”, elencou a IGAS, que irá revelar os resultados da investigação.

Uma mulher grávida morreu no sábado depois de ter sido transferida na terça-feira do Hospital de Santa Maria para o Hospital São Francisco Xavier, por ausência de vagas no serviço de neonatologia.

Durante a viagem, ocorreu uma paragem cardiorrespiratória, tendo sido realizados trabalhos de reanimação no transporte.

Segundo um comunicado do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), já no Hospital São Francisco Xavier a grávida foi “submetida a uma cesariana urgente, tendo o recém-nascido, de 722 gramas, ido para a unidade de cuidados intensivos neonatais por prematuridade”.

“A mãe ficou internada nos cuidados intensivos, vindo a falecer”, indicou o CHULN, enviando “as mais sentidas condolências à família”.

Em comunicado hoje divulgado, o Hospital de Santa Maria esclareceu que a morte da grávida, durante a transferência para o Hospital São Francisco Xavier, “foi inesperada” e que o desfecho poderia ter sido igual se a mulher permanecesse naquela unidade de saúde.

O primeiro-ministro, António Costa, admitiu hoje que a morte tenha sido a "gota de água” que levou ao pedido de demissão da ministra da saúde, Marta Temido, divulgado na madrugada de hoje.

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