O Ministério Público quer que Jorge Jesus testemunhe em tribunal contra Rui Pinto. A notícia é avançada esta terça-feira pelo Público. Segundo o jornal, a procuradora Marta Viegas quer ainda ouvir as testemunhas Paulo Nunes e Filipe Çelikkaya, técnicos da formação.
Os três terão sido vítimas das alegadas intrusões informáticas do criador do Football Leaks. No caso concreto de Jorge Jesus, a perícia efetuada dá conta de que Rui Pinto terá acedido ao e-mail do então treinador do Sporting, em 21 de julho de 2015.
O Público salienta que "a publicação dos detalhes contratuais de Jorge Jesus no Sporting foi uma das primeiras revelações importantes feitas no site do Football Leaks", mas que várias "personalidades" indicadas pelo Ministério Público não chegaram a apresentar queixa contra Rui Pinto. Entre elas, está o agora treinador do Benfica.
Rui Pinto, por questões de segurança, está agora inserido no programa de proteção de testemunhas. No entanto, é obrigado a apresentações semanais à Polícia Judiciária.
A alteração da medida de coação foi decidida pela juíza titular do processo, Margarida Alves, presidente do coletivo de juízes que vai julgar Rui Pinto, na sequência de um requerimento apresentado pela defesa do arguido a pedir a sua libertação. Todavia, a magistrada Marta Viegas, "receia que fuja do país e continue ativo como pirata informático".
Rui Pinto: Interesse internacional pode forçar julgamento a ter mais público
A primeira decisão remetia para uma sala com uma lotação para 10 pessoas, mas a coordenação do tribunal quer acautelar mais lugares devido aos pedidos de órgãos de comunicação estrangeiros para assistir ao julgamento.
Na sexta-feira, a magistrada que lidera o coletivo de juízes que irá julgar o Rui Pinto no caso Football Leaks, Margarida Alves, tinha determinado que as diligências iriam decorreram numa sala com capacidade para dez pessoas, quatro familiares e seis jornalistas. Todavia, avança esta terça-feira o Jornal de Notícias, tal poderá não ser o caso.
Segundo o JN, a juíza coordenadora Ana Paula Conceição, em substituição e do Juízo Central Criminal de Lisboa, assegurou ao jornal de que até ao final do mês será escolhida uma sala que permita "acautelar" o interesse dos jornalistas que estão a pedir crepitações para assistir ao julgamento.
O JN dá conta de que teve acesso ao despacho de Margarida Alves, tendo esta reservado uma sala do Campus de Justiça, de modo a acomodar 10 pessoas. A publicação salienta que é uma das salas com maior capacidade do espaço, mas que este foi limitado devido à covid-19.
Contudo, Ana Paula Conceição, que está em substituição da juiz-presidente da Comarca de Lisboa, Amélia Catarina, por esta se encontrar de férias, contrapôs esta possibilidade, enfatizando ao JN que "até deste mês de agosto será decidido" em que sala se vai realizar o julgamento do processo de Rui Pinto.
Já na fase de instrução do processo foram vários os jornalistas estrangeiros presentes em Portugal. O interesse poderá ser encarado como natural, pois existe a curiosidade em torno se o criador do Football Leaks vai ou não receber o estatuto de denunciante.
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