"Naturalmente não foi discutido no Conselho de Ministros nem cabe ao Governo pronunciar-se sobre o funcionamento das instituições normais de outro país. Se me pergunta pessoalmente, é com pena que vejo partir antes do fim do mandato a primeira mulher Presidente eleita do Brasil", afirmou Manuela Leitão Marques.
A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa respondia a uma questão sobre a destituição de Dilma Rousseff, durante a conferência de imprensa da reunião do Conselho de Ministros.
"Se houver alguma ilegalidade como é levantado pela senhora ex-Presidente do Brasil Dilma Rouseff, ela vai ser apreciada no recurso que será feito para o Supremo Tribunal, mas isso diz respeito ao funcionamento das instituições brasileiras, democraticamente eleitas ou escolhidas segundo a sua Constituição", afirmou.
"A minha pena é pessoal, por ter sido a primeira mulher Presidente do Brasil e vê-la partir em circunstâncias que não são agradáveis, para a própria, desde logo", reforçou.
Na quarta-feira, Michel Temer, que desempenhava interinamente desde 12 de maio as funções de chefe de Estado, foi empossado no cargo de Presidente do Brasil, na sequência da destituição de Dilma Rousseff.
Rousseff foi condenada por ter assinado três decretos de créditos suplementares em 2015 sem autorização do Congresso e por ter usado dinheiro de bancos públicos em programas do Tesouro, realizando manobras contabilísticas, as popularmente chamadas "pedaladas fiscais".
Dilma Rousseff tornou-se a primeira Presidente deposta no Brasil depois do fim do regime militar na década de 1980.
Comentários