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Portugal regista hoje mais duas mortes por covid-19 e 235 novos casos de infeção em relação a quinta-feira, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS). Recorde aqui a conferência de imprensa das autoridades de saúde e os pontos essenciais.
Presentes na conferência de imprensa de hoje estiveram a ministra da Saúde, Marta Temido, e o subdiretor da Direção-Geral da Saúde, Rui Portugal. Como habitualmente, começou a leitura dos números relativamente às últimas 24 horas.
- A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que a partir de segunda-feira o boletim diário da Direção-Geral da Saúde vai ter um novo formato, de modo a facilitar a sua leitura.
- Em termos percentuais, a taxa de mortalidade em Portugal por covid-19 situa-se nos 3,3%. A ministra disse ainda que o número de pessoas que estão a recuperar em casa se mantém estável, situando-se nos 22,8% e que o número de doentes hospitalizados por covid-19 representa 0,7% dos infetados. A taxa de incidência para os últimos sete dias fixa-se nos 13,9 casos por 100 mil e em relação aos últimos 14 dias situa-se nos 26,4 novos casos por 100 mil habitantes.
- Taxa de transmissibilidade (RT) está a subir. A ministra afirmou que, entre 5 e 9 deste mês, o índice de transmissão da doença, foi estimado em 1,04, o que mostra "uma ligeira tendência de crescimento". Entre os dias 3 e 7 de agosto, a taxa de transmissibilidade (número médio de casos secundários que resultam de um caso infetado) estava nos 0,99. "Estes resultados aconselham uma atitude de precaução e manutenção do esforço consistente de todos, face aquilo que é a evolução do contexto internacional", acrescentou.
- Às 24h00 de ontem não havia "nenhum doente covid positivo" na Rede de Cuidados Continuados Integrados, equipamentos ao dispor de doentes em reabilitação e recuperação, avançou a governante esta sexta-feira. "É uma boa notícia, é uma notícia que faz jus àquilo que foi um esforço intenso das equipas que trabalham nestas unidades", disse a ministra da Saúde.
- Questionada sobre se Portugal pode estar a enfrentar uma segunda onda devido ao número de casos na última semana, Marta Temido salientou que "não sabe se os dados verificados" em países como Espanha e Alemanha são suficientes para adiantar se estamos ou "não perante uma segunda vaga"."O que é facto é que até haver haver uma vacina eficaz, vamos estar sujeitos a ondas sucessivas. Não sei se tecnicamente poderemos dizer que há uma segunda vaga, nem se a primeira já terminou", disse.
- Já sobre os números verificados ao longo da semana, a ministra salientou que estamos em linha com a média (240 casos/dia) do que tem sido registado nas últimas semanas. "Diria que estamos numa situação de estabilidade", acrescentando que "há mais momentos de convívio, portanto, infelizmente, há mais risco, há surtos aos quais não conseguimos obviar completamente", disse Marta Temido.
- Tanto Rui Portugal como Marta Temido não tinham dados sobre o número de crianças e jovens internados em unidades de cuidados intensivos. Porém, o subdiretor da Direção-Geral da Saúde frisou que para aferir a severidade da doença nos jovens é necessária uma avaliação de caso a caso. "Temos jovens com morbilidades, com doenças crónicas, com situações de outras doenças. E naturalmente numa situação de contágio com a covid, diga-se, também nos jovens a doença pode ser grave relativamente àquilo que é a situação que é a sua saúde geral. Temos de estar atentos", afirmou, embora realce que "em termos genéricos, sabemos que a sua gravidade é menor do que a que ocorre em idades mais avançadas".
- Fumar nas esplanadas em Espanha é agora proibido se não existir condições para manter o distanciamento social, mas Marta Temido adiantou que "não estamos a pensar adotar uma medida semelhante". A governante enfatizou que a "medida foi anunciada há muito pouco tempo" e que "há ainda muitos aspetos em aberto", mas que será feita uma avaliação para delinear se a situação pode ou não ser adequada "ao nosso contexto". "Em qualquer caso é evidente que fumar em si próprio é um risco. E, portanto, o conselho é não fumar", vincou a governante.
- Surtos com origem em encontros religiosos. O Correio da Manhã noticiou que seis de 12 padres que participaram num encontro da organização católica Opus Dei, em Vila Nova de Gaia, testaram positivo a infeção com o coronavírus que provoca a doença covid-19 e que o número pode aumentar nos próximos dias, já que ainda falta conhecer o resultado de alguns testes. Questionado sobre se há surtos em outros locais do país com origem em encontros religiosos, Rui Portugal disse não conseguir "precisar o número exato de surtos", mas afirmou que existem "a nível nacional, em particular na região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo".
- "Lembro-me que, de facto, existem duas ou três situações na região de Lisboa e Vale do Tejo” ligadas a confissões religiosas de caráter protestante, disse o subdiretor-geral da Saúde. Rui Portugal aproveitou para lembrar que “tudo o que seja aglomerações de pessoas em qualquer tipo de eventos, nomeadamente de caráter religioso, particularmente em meios fechados, são zonas de risco e devem ser cumpridas todas as orientações não só da DGS”, mas também as orientações globais e locais.
- Reforço das equipas multidisciplinares "não é exclusivo" da região de Lisboa. O jornal Público noticia hoje que "o gabinete de intervenção para a supressão da covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo elegeu mais seis concelhos onde a vigilância será reforçada", nomeadamente em Almada, Seixal, Barreiro, Moita, Setúbal e Vila Franca de Xira. A informação foi avançada ao jornal por Rui Portugal, que ainda está a acumular o cargo de responsável pelo gabinete de intervenção para a supressão da Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo e o cargo de subdiretor da Direção-Geral da Saúde.
- "Desde Monção à ilha da Culatra há uma enorme variedade de situações relativamente ao apoio às comunidades, não é exclusivo da área metropolitana de Lisboa”, sublinhou, adiantando que “em todas as regiões há respostas equivalentes ou semelhantes".
- Relativamente ao reforço na Área Metropolitana de Lisboa, Rui Portugal lembrou que "a situação epidemiológica evoluiu" a um determinado momento. "Há de facto um sucesso na constituição destas equipas de uma forma formal e do grande investimento das autarquias, proteção civil, segurança social, forças de segurança e da Saúde em relação àquilo que é o esforço de contenção da interrupção das cadeias de transmissão da doença, particularmente naquelas 19 freguesias" mais afetadas pela Covid-19.
- Rui Portugal explicou que há critérios "muito claros" para a criação destas equipas, nomeadamente a densidade populacional e situações em que as condições socioeconómicas possam ser mais propensas a situações de risco relativamente à pandemia. "Ela [pandemia] é democrática, mas de facto há focos maiores nuns e noutros locais", sublinhou, adiantando que estas equipas permitem “nesta altura, mesmo com poucos casos, preparar também o outono e o inverno".
Notícia atualizada às 17:41
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