O anúncio foi feito pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, que está a ser ouvida no parlamento, juntamente com a ministra da Saúde, Marta Temido, sobre os surtos de covid-19 nos lares de idosos.

Na sua intervenção, a ministra do Trabalho anunciou que está previsto um reforço das 18 brigadas de prevenção espalhadas por todos os distritos do país, a criação de uma linha telefónica de apoio aos lares que irá funcionar 24 horas por dia e sete dias por semana, além de testagem de trabalhadores com critérios de níveis de risco.

As duas responsáveis afirmaram que tem havido um acompanhamento da situação nos lares desde março, foram implementadas as medidas necessárias para uma situação que apanhou todos desprevenidos e que não é verdade que estejam a “correr atras do prejuízo”.

Na sua intervenção, a ministra do Trabalho anunciou que está previsto um reforço nas brigadas de prevenção espalhadas por todos os distritos do país, a criação de uma linha telefónica de apoio aos lares que irá funcionar 24 horas por dia e sete dias por semana, além de testagem de trabalhadores com critérios de níveis de risco.

A governante garantiu que o objetivo sempre foi o de “nunca baixar os braços” e implementar todas as medidas para proteger as pessoas, lembrando que é conhecida a vulnerabilidade das pessoas idosas face a uma pandemia e de como “os lares têm sido locais de grande preocupação face ao momento” atual.

Ana Mendes Godinho lembrou que há, atualmente, 2.527 lares em todo o país, onde estão 99.500 idosos, e que, destes, 60% tem mais de 80 anos, havendo registo de 35 surtos ativos nestas instituições.

A ministra disse que foi feito um “acompanhamento permanente” e um planeamento desde março, em conjunto com o Ministério da Saúde, tendo havido a preocupação em criar uma ‘task-force’ de acompanhamento e implementação de programas de prevenção, algo que foi feito em conjunto com o setor social.

Referiu também que foram implementadas medidas para reorganizar as próprias instituições, desde logo com a testagem preventiva de funcionários, tendo já sido feitos 117 mil testes a trabalhadores.

Por outro lado, foram reforçados os equipamentos de proteção individual com mais 1,3 milhões de unidades, o que já custou 10 milhões de euros, segundo Ana Mendes Godinho, além de terem sido recrutadas mais 8 mil pessoas para reforço das próprias instituições.

De acordo com Ana Mendes Godinho, só ao nível dos acordos de cooperação houve já “um aumento de 120 milhões de euros” de reforço, em linha com o que tem vindo a ser feito nos últimos três anos, indo ao encontro das respostas sociais que precisam de mais investimento.

A responsável apontou que um dos problemas mais difíceis de resolver nos lares foi a questão dos recursos humanos porque quando há um surto estas instituições ficam sem trabalhadores e revelou que quer ter em permanência uma bolsa com 400 pessoas nas 18 brigadas.

“Trabalhamos na emergência, com respostas imprevisíveis e medidas para as instituições fazerem face à situação, e por outro lado responder estruturalmente à forma como olhamos o envelhecimento e as pessoas idosas”, defendeu, apontando que esse é um “desafio que se impõe à sociedade”.

Por seu lado, a ministra da Saúde frisou que as orientações sempre foram de testar todos independentemente dos programas de rastreio, sublinhando que, apesar de muitas autarquias assumirem a realização dos testes, as colheitas foram feitas pelo Serviço Nacional de Saúde, e que essa fatura não foi apresentada porque estão “todos a trabalhar para o mesmo”.

“Relativamente às brigadas de intervenção, não se iludam, temos equipas há muito a trabalhar e não estamos a correr atras do prejuízo”, garantiu Marta Temido.

A ministra da Saúde aproveitou também para dizer aos deputados que, apesar de “todos os contributos para os esclarecimentos serem importantes”, o Governo já tinha em curso avaliações antes mesmo da Ordem dos Médicos ter partilhado publicamente o resultado do relatório ao surto no lar de Reguengos de Monsaraz.

Portugal contabiliza pelo menos 1.875 mortos associados à covid-19 em 65.021 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).