“Não estamos a voltar atrás”, disse aos jornalistas, a ministra, em declarações à margem do Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE), que hoje se reuniu em Bruxelas.

“Aquilo que nós estamos a pedir é uma derrogação, é um espaço tempo maior” e ainda “maiores condições de previsibilidade” para aplicação das medidas que os agricultores são obrigados a cumprir para poderem receber apoios.

Maria do Céu Antunes acrescentou que a atual Política Agrícola Comum (PAC), depois da revisão intercalar, só está em vigor há um ano, havendo ainda que avaliar o impacto das medidas políticas.

Perante a evidente quebra de rendimento dos agricultores, acrescentou, a Comissão Europeia sugeriu medidas “claramente insuficientes e aguardamos que seja apresentada uma proposta mais robusta e mais ambiciosa”, já nas próximas semanas, disse.

A responsável salientou ter já havido uma quebra de 12% no rendimento dos agricultores em 2022 e que não foi ainda compensada com a recuperação, já este ano, entre os 8% e os 9%.

Os ministros da Agricultura dos 27 reuniram-se hoje, em Bruxelas, para analisar medidas da Comissão, nomeadamente, a simplificação de regras da PAC, como alguns requisitos de condicionalidade que os agricultores da UE têm de cumprir e a isenção das pequenas explorações agrícolas, com menos de dez hectares, dos controlos relacionados com o cumprimento das obrigações.

Junto às sedes do Conselho e da Comissão, agricultores manifestaram-se e quebraram o cordão de segurança policial, acabando por se envolverem em confrontos com as forças da ordem.

Nas últimas semanas, o setor tem-se manifestado em vários Estados-membros, incluindo em Portugal, exigindo melhores apoios para a crise que enfrentam, nomeadamente com a subida dos custos de produção, a concorrência de países terceiros e a discrepância entre os preços no produtor e no consumidor.