“Não vou aqui discutir um quadro de legalidade à manifestação que, estou certo, na tradição sindical da Polícia de Segurança Pública terá em conta aquilo que é essencial para todos, que é o prestígio da polícia no exercício naturalmente do direito de afirmação de pretensões que são discutidas num quadro de normalidade”, disse aos jornalistas Eduardo Cabrita, questionado sobre a legalidade de polícias manifestaram-se fardados.
Vários sindicatos da PSP realizam na quarta-feira uma manifestação de polícias fardados entre a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública, na Penha de França, em Lisboa até ao Ministério da Administração Interna, na praça do Comercio.
A portaria que regula o uso de uniformes dos elementos com funções policiais da PSP, de 2016, proíbe a utilização do fardamento em manifestações públicas.
No entanto, os sindicatos alegam que a lei sindical da PSP permite o uso da farda.
No final de uma cerimónia de entrega de 157 viaturas à PSP, o ministro da Administração Interna escusou-se também a pronunciar-se se os polícias que participem fardados na manifestação incorrem num processo disciplinar.
Eduardo Cabrita disse aos jornalistas que “há poucos dias uma delegação de dirigentes sindicais foi recebida” no seu gabinete e algumas das reivindicações exigidas pelos polícias “estão resolvidas” e “outras estão em apreciação”.
Os polícias exigem a recuperação dos 12 anos em que as carreiras estiveram congeladas, entre 2005 e 2017, um regime de aposentação e pré-aposentação adequado à profissão policial e o subsídio de risco.
Numa nota enviada à agência Lusa, um dos sindicatos que vai integrar a manifestação/desfile explica que esta "não será encabeçada por nenhum sindicato ou representante sindical, sendo o protesto, como o nome diz, uma 'manifestação de polícias', nem contará com faixa ou bandeiras de algum sindicato".
A Associal Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), por seu lado, já disse que deixará ao critério de cada agente a decisão de participar fardado ou não na manifestação.
Um protesto semelhante aconteceu na polícia em 1989, numa manifestação de agentes fardados que ficou conhecida como "Secos e Molhados", pelo facto de as autoridades de serviço terem tentado desmobilizar o protesto dos polícias com recurso a canhões de água.
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