Questionado sobre o assunto durante o debate sobre "Portugal e a defesa europeia em mudança", organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-francesa, em Lisboa, o ministro da Defesa começou por referir que a posição do país sobre "o exército europeu é uma posição conhecida".

João Gomes Cravinho lembrou que, quando se colocou a possibilidade de Portugal participar na Cooperação Estruturada Permanente para a defesa europeia (PESCO na sigla inglesa), a questão foi colocada na altura à Assembleia da República, "como tinha de ser, na medida em que se trata de uma abordagem nova, significativa, com impacto estratégico" para o país.

Nessa altura, assinalou, "houve uma convergência grande, de esquerda à direita, em relação à ideia de que a participação na PESCO não devia de ser precursora de um exército europeu, não deveria de resultar, portanto, numa especialização em que um país assume responsabilidade por certo tipo de capacidade", posição que o executivo partilha.

"Nós não estamos habilitados pela nossa Assembleia da República, nem por aquilo que são os nossos interesses, a alterar o padrão das nossas Forças Armadas, para serem uma parcela" de umas forças armadas "únicas, de um exército europeu", salientou o ministro da Defesa.

A Portugal interessa, "isso sim, promover a interoperabilidade".

"Interessa-nos, no fundo, promover a capacidade de trabalho conjunto com outras forças armadas das quais estamos próximos, como é o caso das Forças Armadas francesas, mas não nos interessa desenvolver, no sentido de um exército europeu", reforçou.

O ministro disse também que a ideia de um exército europeu "não se trata de algo que deva ser entendido de forma literal, mas antes uma metáfora para uma capacidade europeia, uma capacidade de projeção de acordo com interesses que são definidos no plano europeu".