“As principais missões continuarão todas, não há uma grande variação de 2019 para 2020”, afirmou o ministro.
João Gomes Cravinho apresentou hoje o livro “The Portugueses at War – From the nineteenth century to the present day” (em tradução livre “Os portugueses na guerra – do século XIX ao dias atuais”) de Nuno Severiano Teixeira, no Instituto Camões, em Lisboa.
Falando à Lusa no final, o ministro da Defesa Nacional salientou que “há um grande grau de continuidade” quanto às forças nacionais destacadas, pelo que “as principais missões continuarão todas”.
Gomes Cravinho destacou a continuidade das missão na República Centro-Africana, Afeganistão e Iraque, ressalvando que aquele país atravessa uma “situação de alguma imprevisibilidade”.
“Mas, mantendo-se os pressupostos com que foi decidida a nossa missão, mantém-se o nosso contingente” no Iraque, sublinhou o ministro, falando também num reforço da presença portuguesa no Mali, “com o envio de uma aeronave C-295, com a tripulação e a manutenção a partir de maio, entre maio e novembro”.
Porém, o ministro da Defesa Nacional assinalou que o Orçamento do Estado ainda não está fechado – a votação final global está agendada para quinta-feira – o que leva a “algum ponto de interrogação em relação a uma ou outra missão mais lá para o fim do ano”.
Outro dos pontos que poderá contribuir para uma eventual mudança de planos são “os reembolsos da parte das Nações Unidas”.
“Nós nunca sabemos exatamente quando chegam”, explicou João Gomes Cravinho.
Hoje, o Estado-Maior-General das Forças Armadas anunciou que 1.738 militares portugueses vão participar em 22 missões da Organização do Tratado do Atlântico Norte, União Europeia, Nações Unidas e em missões bilaterais e multilaterais, que serão apoiadas por cinco navios, sete aeronaves e 66 viaturas táticas.
Durante a apresentação do livro de Nuno Severiano Teixeira, o ministro da Defesa Nacional considerou que, ao longo dos últimos dois séculos de história, as Forças Armadas portuguesas contaram em alguns momentos com a “companhia de uma estrelinha da sorte”.
Questionado pela Lusa, o governante assinalou que atualmente a situação já não se verifica.
“O nosso planeamento não conta com a estrelinha da sorte, pelo contrário, é sempre preciso prever tudo aquilo que pode correr mal e planear, ter o plano A, o B, o C e o D”, assinalou.
De acordo com o ministro, atualmente as Forças Armadas nacionais “estão inteiramente equipadas e preparadas para as missões” que lhes são atribuídas.
“Naturalmente que não podemos atribuir-lhes todas as missões, e seria um erro político muito grave que já aconteceu em outros tempos da nossa história - e estávamos há pouco a falar da 1.ª Guerra Mundial -, atribuir às Forças Armadas missões para as quais não têm as capacidades e a devida preparação”, sustentou.
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