Tiago Brandão Rodrigues falava na sessão de abertura da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019 e Fórum da Juventude, Lisboa+21, que decorre em Lisboa até domingo.

Esta conferência acontece 21 anos depois de Portugal ter organizado a I Conferência Mundial de Ministros da Juventude que levou à assinatura da chamada “declaração de Lisboa”, que agora deverá ser atualizada.

"Estes desafios que enfrentamos parecem e são enormes. O desafio de promover o acesso dos jovens a trabalho digno; o desafio de superar a discriminação de que são vítimas. O desafio de os incluir política, social e economicamente. O desafio de diminuir a pobreza que afeta os jovens. O desafio de lhes garantir um acesso à saúde e à educação em plena igualdade com os seus concidadãos", disse o ministro adiantando que por estes desafios serem enormes "é ainda mais urgente a resposta".

Tiago Brandão Rodrigues explicou que estes desafios ampliam-se ao ritmo das mudanças demográficas, nomeadamente com as migrações e a divisão entre urbano e rural e ficam ainda mais complexos cada momento em que cresce a degradação ambiental e acelera a poluição.

“Se fazemos este lugar para os nossos concidadãos, jamais o poderemos fazer sem eles. Eles não são consumidores de políticas. São agentes e, até, artífices de qualquer política que nos caiba aplicar”, disse o ministro português da Educação que também tutela a área da juventude.

A conferência mundial que hoje começa, adiantou, “demonstra bem o empenhamento de Portugal na vanguarda das políticas que têm como destinatários, e principais parceiros, os jovens, trabalhando agora para dar um novo impulso ao muito que iniciámos há duas décadas”.

“Estou certo de que seremos capazes de aqui acordarmos um renovado compromisso – a Declaração Lisboa+21 - dirigido e participado pela Juventude em torno de políticas inovadoras e efetivas”, defendeu Tiago Brandão Rodrigues adiantando que só assim será dada uma resposta capaz ao desafio lançado pelo Secretário Geral das Nações Unidas quando lançou a nova estratégia “Juventude Vinte Trinta” das Nações Unidas, destinada a envolver e a empoderar a Juventude.

Cerca de 100 delegações de responsáveis pela área da juventude de todo o mundo reúnem-se entre hoje e domingo em Lisboa numa conferência que abordará o papel da juventude na concretização dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Em debate estarão temas emergentes da juventude, entre os quais o desenvolvimento sustentável e a crise climática e Portugal apresentou como condição que todas as comitivas fossem compostas por, pelo menos, um jovem.

Decisores políticos e representantes dos jovens estarão lado a lado, de forma inédita, a definir o futuro das próximas gerações.

A União Europeia, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o espaço ibero-americano estarão significativamente presentes em Lisboa, à semelhança de vários outros Estados – do Cazaquistão à República Dominicana, dos Estados Unidos ao Sudão do Sul, do Butão a Santa Lúcia.

Em 1998, o Governo Português, em cooperação com os parceiros do Sistema das Nações Unidas, organizou a Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, que se tornou um marco no trabalho em torno das políticas de Juventude.

Na Declaração final, ministros e demais líderes mundiais presentes, comprometeram-se a trabalhar com a Juventude num conjunto de políticas e programas que fossem ao encontro das preocupações dos jovens e melhorassem as suas vidas.

Estes compromissos cobriam as áreas prioritárias do setor, tal como definido no Programa Mundial de Ação para a Juventude, adotado em 1995 pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

Agora, os Estados são chamados a intensificar os seus compromissos para integrar a perspetiva da Juventude na implementação da Agenda 2030 e da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019 e do Fórum da Juventude “Lisboa+21” resultará uma Declaração renovada.

(Notícia atualizada às 13h18)