“Vamos trabalhar a revisão das habilitações para a docência, a redução dos quadros de zona pedagógica e, esta semana mesmo, temos uma reunião com todas as instituições de ensino superior que formam professores para começarmos um trabalho de formação de professores”, disse João Costa à margem da primeira conferência Professor Manuel Ferreira Patrício sobre “O Futuro da Educação” realizada no Centro de Ciência do Café, em Campo Maior, Portalegre).
“As instituições de ensino superior são as únicas instituições do país que podem formar novos professores e, portanto, com isso e com a revisão do regime de recrutamento, para acabarmos com a casa às costas dos professores e fixar os professores o mais cedo possível, com vínculos permanentes nos lugares onde trabalham, penso que serão alguns dos instrumentos que teremos ao nosso dispor nos próximos anos”, acrescentou.
O lançamento do próximo ano letivo “não tira o sono” ao ministro da Educação, que indicou ainda que estão em curso outras medidas, “de curto prazo”, para combater a falta de professores nas escolas.
“Elegemos como prioridade, como é público, a questão da falta de professores, temos medidas de curto prazo, algumas que já foram implementadas, como o completamento de horários, o levantamento de penalizações para que os professores possam concorrer aos horários existentes”, disse.
“Estamos a trabalhar, hoje mesmo, com as organizações sindicais a revisão de dois instrumentos da mobilidade por doença que permitirá regular este instrumento fixando alguns professores que estão em mobilidade nas suas escolas de provimento, a possibilidade de renovar horários incompletos no próximo ano letivo, também está em negociação sindical”, acrescentou.
Para o ministro da Educação, nos últimos anos a profissão de professor deixou de ser “atrativa” para os jovens, porque “durante muito tempo” surgiram “notícias atrás de notícias” de docentes desempregados.
“Isso afastou os jovens desta profissão”, lamentou.
Apostado em fixar professores “mais cedo e de forma permanente”, João Costa considerou que esse poderá vir a ser um fator que vai contribuir para que os jovens não olhem para a profissão, nos seus anos iniciais, como sendo instável.
“E é por isso que vamos querer também, em parceria com as organizações sindicais, rever o modelo de recrutamento para permitir que se olhe para esta profissão com uma perspetiva de estabilidade maior”, acrescentou.
O ministro da Educação destacou ainda na sua intervenção a importância do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que disponibiliza mais de 240 milhões de euros para desenvolver o projeto da Escola Digital.
João Costa destacou igualmente que o Programa Qualifica, dirigido à população ativa, conta com “mais de 800 mil certificações conferidas”, tendo qualificado “mais de 350 mil adultos”.
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