Na abertura do primeiro fórum do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Adalberto Campos Fernandes referiu no seu discurso que "um bastonário não é um agente político ou partidário".
Estas declarações surgem no dia em foi divulgada uma mensagem do bastonário da Ordem dos Médicos a pedir a demissão do presidente do Conselho Nacional de Saúde, mas o ministro garantiu aos jornalistas não estar a referir-se ao bastonário Miguel Guimarães.
Sobre o pedido de demissão do presidente do CNS, Campos Fernandes considerou que não se podem pedir demissões "por delito de opinião", mas acredita que uma conversa entre os dois envolvidos será suficiente para "ultrapassar dificuldades".
Miguel Guimarães pediu a demissão do presidente do CNS na terça-feira, na sequência de declarações sobre a quantidade e necessidade de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"As afirmações do presidente do Conselho Nacional de Saúde são ostensivamente graves. Não respeitam os médicos nem valorizam o trabalho notável que têm feito pelo SNS e pelo país", considerou o bastonário numa mensagem escrita a um grupo alargado de médicos e a que a agência Lusa teve acesso.
Para o bastonário, o presidente daquele órgão independente e consultivo do Governo transmitiu aos portugueses a ideia de que a medicina pode ser exercida por qualquer pessoa.
"No limite, ao pretender que a medicina seja realizada por outros profissionais de saúde que não os médicos, o presidente do Conselho Nacional de Saúde está a promover a existência de doentes de primeira e segunda categoria, consoante a sorte e possibilidade de cada um", referiu Miguel Guimarães.
Em causa estão declarações de Jorge Simões à Antena 1 há mais de uma semana, nas quais o responsável refere que há uma relação desfasada entre médicos e enfermeiros, dando a entender que pode haver um reordenamento de tarefas para outros profissionais de saúde.
O Conselho Nacional de Saúde é um órgão de consulta do Governo onde estão representadas dezenas de entidades, entre as quais a Ordem dos Médicos.
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