"Compreendendo que o setor da saúde foi muito fustigado nos períodos de intervenção externa. [Temos de] fazer aquilo que tenho dito, mesmo antes da greve: nas condições orçamentais e nas possibilidades do país, ir ao encontro das expectativas, não apenas dos médicos, mas de um conjunto de profissionais, que foram efetivamente penalizados, mas que têm de compreender, que não corrigimos num ano aquilo que se foi desvalorizando em quatro ou cinco anos", frisou Adalberto Campos Fernandes.
O governante falava aos jornalistas após uma visita ao dispositivo operacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil e do Instituto Nacional de Emergência Médica, que inclui um hospital de campanha, montado no âmbito da visita do papa Francisco ao Santuário de Fátima, hoje e no sábado.
O ministro da Saúde indicou que há um compromisso da tutela nas reivindicações dos profissionais do setor, mas que durará até ao final desta legislatura.
"É por isso que o desafio é para um compromisso até ao final da legislatura. Tenho a certeza de que vai correr bem e na próxima semana já temos novamente reuniões agendadas", acrescentou Adalberto Campos Fernandes, sublinhando que o mais importante é salvaguardar o interesse público, dos cidadãos e do país.
Os sindicatos médicos já tinham anunciado hoje de manhã ter sido marcada uma reunião com o ministro da Saúde para terça-feira de manhã, numa tentativa de retomar as negociações após a greve nacional de dois dias.
Os médicos estiveram em greve na quarta e quinta-feira, uma paralisação que, segundo os sindicatos teve uma adesão na ordem dos 90%.
Os sindicatos médicos reivindicam 12 horas de trabalho em serviço de urgência, a diminuição do número de utentes por médico de família, a reposição do pagamento de 100% das horas extra, que recebem desde 2012 com um corte de 50%.
Exigem ainda a reversão do pagamento dos 50% com retroatividade a janeiro deste ano.
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