“Temos um problema [no Metro de Lisboa] e estamos a solicitar a [disponibilidade] de eletromecânicos para depressa podermos recuperar as UT’s [unidades triplas] que temos”, afirmou João Matos Fernandes.
As UT’s são composições com três carruagens, estando cerca de 20 avariadas nas oficinas do Metro à espera de arranjo.
O governante foi ouvido na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, com os transportes tutelados pelo seu ministério a dominarem as questões colocadas pelos deputados.
O ministro admitiu a existência de trabalhadores subcontratados na área da manutenção do Metropolitano de Lisboa, indicando que tal “não acontece de maneira dissimulada, acontece de maneira assumida”.
“Gostaríamos de criar um segundo turno na manutenção, mas a procura foi muito frágil por parte dos trabalhadores”, acrescentou.
O governante respondia a perguntas do deputado Bruno Dias, do PCP, que falou da existência de subcontratação no Metro de Lisboa, dizendo que, “pelos vistos, é uma inevitabilidade”.
“Precisamos de mais horas de trabalho para chegarmos onde queremos”, admitiu o ministro.
Para complementar as respostas do ministro sobre este tema, o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, disse que já há autorização para a contratação de 10 trabalhadores só para a manutenção.
“Não há qualquer escassez de maquinistas no Metro de Lisboa”, reforçou José Mendes.
Ao contrário do que acontece na manutenção das composições, foram contratados 20 novos maquinistas, disse o ministro, apontando que outros 10 estão em formação e, nesta área específica, “não há problemas de mão de obra”.
Quanto ao material circulante, “sabemos quantas [unidades] precisamos e vamos atingir esse número em maio”, realçou, concretizando que são necessárias 29 UT’s.
“Reconhecemos dificuldades nas operações, mas meia hora [de espera] é exagero”, apontou João Matos Fernandes em resposta a críticas do deputado do PSD Carlos Silva.
O ministro referiu outro problema relacionado com o funcionamento das escadas rolantes de acesso às plataformas do Metro, apontando como “pontos fracos” as estações do Cais do Sodré, Rato e Baixa-Chiado.
Questionado acerca da necessidade de ter transportes públicos mais baratos, nomeadamente para cumprir o objetivo de reduzir as emissões de dióxido de carbono, o ministro disse que este ano, as subidas de preços foram 1,6% nas áreas metropolitanos e a média no país foi 2%.
“É a primeira vez que um valor máximo foi fixado em 2,5%”, acrescentou.
O secretário de Estado referiu ainda ser “premente” simplificar o sistema de tarifário da região de Lisboa, já que existem centenas de títulos, mas essa tarefa é competência da área metropolitana de Lisboa.
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