Capoulas Santos falava durante a cerimónia que hoje assinalou os 30 anos da Agrotejo — União Agrícola do Norte do Vale do Tejo, entidade que agraciou com a “medalha de honra” do ministério, num dia que dedicou à Feira Nacional do Cavalo/Feira de São Martinho, que decorre até domingo na Golegã.
Referindo o aumento de 100 milhões de euros de despesa pública orçamentada para 2017 (662 milhões de euros) em relação à despendida este ano, o ministro afirmou que o Governo tem feito um esforço para colocar o PDR, principal instrumento de fundos para a agricultura, “em velocidade cruzeiro”, recuperando o atraso que disse ter encontrado quando entrou em funções há um ano.
Capoulas Santos afirmou que nos primeiros dez meses do ano a execução financeira anual atingiu os 77% (434 milhões de euros), sendo atualmente Portugal o 5.º país dos 28 Estados-membros com melhor execução.
Repetindo que quando tomou posse, em novembro de 2015, havia “zero projetos de investimento contratados no âmbito do PDR 2020″, o ministro afirmou que até ao momento foram analisadas mais de 20.000 candidaturas, estando 7.200 projetos de investimento na agricultura e na agroindústria “já a pagamento”, num montante global de 750 milhões de euros (450 milhões de despesa pública).
O responsável pela pasta da agricultura disse esperar ter a situação dos cerca de 30.000 projetos que foram entrando nos sucessivos avisos de abertura “completamente normalizada até ao final do primeiro trimestre” de 2017.
“Já se avançou imenso e em relação a pagamentos só no mês de outubro pagaram-se cerca de 520 milhões de euros aos agricultores”, antecipando o pagamento das ajudas na ordem dos 70%, no que foi “provavelmente o maior pagamento de sempre”, disse.
Capoulas Santos afirmou ainda que estão neste momento em negociação 150 processos de internacionalização com três dezenas de países, referindo a abertura recente dos mercados da Costa Rica e da Colômbia e a negociação “muito avançada” com os Estados Unidos da América e com a China.
Sobre o projeto de emparcelamento da Golegã, Azinhaga e Riachos, promovido pela Agrotejo, o ministro afirmou que, sendo o único candidato ao concurso que foi aberto, só depende dos promotores conseguir os 5 milhões de euros disponíveis para avançar com a obra em 2017.
Capoulas Santos afirmou que a distinção da Agrotejo com a medalha de honra do Ministério da Agricultura vem reconhecer a capacidade de liderança e de vontade dos agricultores se organizarem, tornando-se competitivos, num “percurso notável” que “corresponde ao da nossa integração europeia”.
A sessão terminou com a entronização do ministro como “romeiro honorário” de S. Martinho – confraria criada há 16 anos para defender as tradições equestres portuguesas -, durante a bênção dos romeiros realizada em frente à igreja matriz da Golegã, tendo Capoulas Santos recebido a capa vermelha cortada ao meio que é colocada sobre o ombro esquerdo.
Sublinhando que a lenda de S. Martinho se baseia “num gesto de solidariedade por aqueles que mais precisam”, o ministro disse à Lusa que esses são valores que o “norteiam, também enquanto socialista”, e que são “mais necessários do que nunca no mundo conturbado em que vivemos”.
Capoulas Santos cruzou-se à saída do edifício com a sua antecessora, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, que compareceu, montada a cavalo e na companhia do anterior presidente da Câmara da Golegã, Veiga Maltez, já no final de uma cerimónia que contou com a presença de outros antigos ministros da Agricultura, como Gomes da Silva e Arlindo Cunha.
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