O ministro Vieira da Silva falava aos jornalistas no final da Concertação Social, onde foi questionado sobre as negociações entre os serviços da Segurança Social e os recursos humanos da Autoeuropa relativas às vagas em IPSS, onde os trabalhadores da fábrica de Palmela poderão deixar os filhos nos sábados de trabalho.
Segundo explicou Vieira da Silva, os equipamentos sociais “tentam adequar o seu funcionamento aos beneficiários que têm e a maioria é de facto prolongamento de horário durante os dias de semana, mas nada impede, nos termos dos acordos que existem, que se possam encontrar soluções que proporcionem essa resposta para trabalho ao sábado”.
“O modelo de organização do tempo de trabalho na Autoeuropa está a mudar em função da nova escala e, por isso, é normal que surjam necessidades como esta e obviamente que é responsabilidade do Estado ajudar que se encontrem soluções que favoreçam a conciliação entre a vida profissional e familiar”, sublinhou.
Vieira da Silva contou que o que lhe foi solicitado pela Comissão de Trabalhadores e pela administração da Autoeuropa foi verificar se era possível nas estruturas e equipamentos sociais voltados para a primeira infância “pudesse existir uma adequação às novas exigências horárias”.
O ministro salientou que “não há um regime único de funcionamento das creches”, acrescentando que há muitas que funcionam até à meia noite e que normalmente a preocupação é mais com o alargamento do horário durante os dias da semana e não a abertura ao sábado.
“Mas se houver vontade e for identificada essa necessidade e houver disponibilidade por parte das instituições em criar esse alargamento que não seja aos dias de semana, nada impede que isso aconteça”, sublinhou.
Na Autoeuropa, esse trabalho está a ser feito entre a administração da empresa e os técnicos da Segurança Social, mas ainda não se conhecem “com rigor” o tipo de necessidades dos trabalhadores com filhos, disse ainda o ministro.
Vieira da Silva disse que “qualquer empresa” pode optar por criar creches nas instalações ou recorrer às IPSS para responder às necessidades dos seus trabalhadores.
Sobre a possibilidade de uma greve na fábrica de Palmela, o ministro disse não ter indicações nesse sentido, sublinhando o dialogo “sempre intenso” entre os trabalhadores e a administração, indiciando “vontade de encontrar solução”.
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