"Aquilo que eu quero acreditar é que patrões e sindicatos, até ao dia 12 [de agosto], falta tempo, vão continuar a sentar-se à mesa - o Governo está muito empenhado em que isso aconteça -, para se chegar a um acordo e a uma solução em que todas as partes fiquem bem e que não venha a haver greve", disse o ministro João Pedro Matos Fernandes, aos jornalistas, no concelho de Beja.
Ainda assim, o Ministério do Ambiente e da Transição Energética, que tem a tutela da energia, por se tratar de uma situação de greve que pode perturbar a vida normal das pessoas, "concentrou-se em preparar" um plano de emergência para "o facto de a greve vir a existir", pondo em causa o abastecimento de combustíveis, explicou o governante.
Segundo Matos Fernandes, o ministério, como era sua "obrigação fazer", dentro das suas responsabilidades, preparou "um plano muito robusto", que "nunca tinha sido preparado" e "vai muito além da rede de postos", já que "tem todo um sistema logístico por trás de abastecimento de postos".
O ministro disse não ter "mais nada a acrescentar" relativamente ao que tinha dito na quinta-feira sobre o plano, mas frisou que não anunciou nenhum plano de emergência para o caso de a greve se realizar.
"Não anunciei nunca um plano de emergência, perguntaram-me se havia, não tenho por hábito omitir as coisas que faço", afirmou, frisando: "Mal fora que o Governo não tenha um plano de emergência para situações como esta".
"De facto, o Governo construiu esse plano de emergência. Tem vontade de o pôr em prática? Não. Vamos acreditar que vai haver um acordo", rematou o ministro.
João Pedro Matos Fernandes falava aos jornalistas após ter inaugurado duas novas estações de tratamento, uma de águas residuais e outra de água, para servir o concelho de Beja.
Os sindicatos representativos dos motoristas de combustíveis não chegaram a acordo com a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e entregaram um pré-aviso de greve, com início em 12 de agosto, após uma reunião de quase cinco horas, sob a mediação do Ministério do Trabalho.
O pré-aviso de greve do Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) e do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) propõe serviços mínimos de 25% em todo o território nacional.
Na greve de três dias dos motoristas de combustíveis realizada no passado mês de abril, cuja elevada adesão surpreendeu todos e deixou sem combustível grande parte dos postos de abastecimento do país, os serviços mínimos foram de 40% apenas em Lisboa e Porto.
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