“Fiquei encantado por encontrar o Presidente e o Vice-Presidente [Mike Pence] na minha primeira visita a Washington como ministro dos Negócios Estrangeiros”, afirmou hoje Dominic Raab, num comunicado.
Raab agradeceu “o carinho e entusiasmo do Presidente pela relação entre o Reino Unido e os EUA”, acrescentando: “O Reino Unido espera trabalhar com os amigos americanos para concluir um acordo de comércio livre que seja bom para os dois países, e para colaborar nos desafios de segurança comuns”.
Depois de uma paragem na terça-feira em Toronto, no Canadá, o chefe da diplomacia britânica encontra-se na capital norte-americana, onde deverá ainda discutir sobre questões de política externa e de segurança com o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton.
Esta é a primeira visita de um representante do governo britânico após o incidente diplomático causado pela publicação de telegramas diplomáticos em que o então embaixador britânico em Washington, Kim Darroch, se referia à administração de Trump como “incompetente” e “instável”.
Após essas notícias, Trump criticou a antiga primeira-ministra britânica Theresa May e cancelou de um encontro entre o ministro para o Comércio Internacional do Reino Unido, Liam Fox, e o homólogo norte-americano, Wilbur Ross.
Perante o corte de relações de Trump com Kim Darroch, a quem o Presidente chamou “estúpido”, o diplomata renunciou às funções, estando por nomear um sucessor.
Posteriormente, o presidente dos EUA celebrou a vitória de Boris Johnson na corrida para primeiro-ministro, dizendo que ele seria “ótimo” nas funções.
O Reino Unido tem mostrado um grande empenho em garantir um acordo de comércio livre com os EUA após a saída da União Europeia (UE), prevista para 31 de outubro, e hoje a nova ministra do Comércio Internacional, Liz Truss, viaja também para Washington, onde vai encontrar-se com representantes oficiais, associações empresariais e industriais e membros do Congresso.
Em declarações à rádio BBC Radio 4 na terça-feira, o antigo secretário do Tesouro norte-americano Larry Summers considerou que o Reino Unido está “desesperado” e que, por isso, está numa posição fraca para um bom acordo comercial.
“O Reino Unido não tem influência, o Reino Unido está desesperado. Precisa de um acordo depressa. Quando se tem um parceiro desesperado, é quando se faz uma negociação mais difícil”, vincou.
No seu discurso na terça-feira após o encontro com a homóloga canadiana, Chrystia Freeland, Dominic Raab, conhecido por ser um eurocético, reiterou o empenho deste governo em implementar o ‘Brexit’ dentro do prazo de 31 de outubro.
“Estamos a fazê-lo porque existe um veredicto democrático no referendo de 2016 que deve ser respeitado, negociemos ou não um acordo com a UE”.
Na quinta-feira, o ministro britânico visita o México e reúne-se com o homólogo mexicano, Marcelo Ebrard.
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