Falando durante uma visita às oficinas da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), no Entroncamento, distrito de Santarém, o ministro afirmou não ter “a menor dúvida” de que será alcançada essa “dimensão satisfatória” de serviços mínimos durante a paralisação marcada pelos sindicatos dos trabalhadores dos transportes rodoviários para se iniciar a 12 de agosto.

Questionado sobre se, ao contrário do que sucedeu na greve de abril, será decretada requisição civil para todo o país, Pedro Nuno Santos afirmou que o Governo se está “a preparar” e que “nos momentos certos se saberá”.

Repetindo várias vezes já ter proferido hoje de manhã, durante a visita às oficinas da EMEF em Guifões (Porto), declarações sobre a greve e não ser o momento certo para falar sobre o assunto, o ministro afirmou, contudo, que o Governo intervirá nesta como em outras áreas, já que o Estado deve “assumir as suas responsabilidades” em todas elas.

Os sindicatos dos motoristas que entregaram pré-aviso de greve com início em 12 de agosto e a associação das empresas transportadoras ANTRAM não chegaram a acordo para serviços mínimos, depois de reunião hoje na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

“Há um trabalho para fazer na sede certa que não é nas oficinas da EMEF no Entroncamento. Será feito no tempo certo. Não vamos exagerar na atenção que se está a dar a esse tema. Estamos a trabalhar, estamos atentos e ninguém está a relaxar no que diz respeito a isso. Faremos aquilo que nos compete”, declarou.

Para o ministro, é importante o país “finalmente acordar e perceber a importância que a ferrovia tem no desenvolvimento, na estruturação do território, numa mobilidade sustentável”, que não será satisfeita apenas “com a substituição de todos os automóveis por automóveis elétricos”, porque continuará o problema “gravíssimo de espaço e de congestionamento”.

“Precisamos mesmo de apostar na nossa ferrovia, nos comboios, esse é o meio de transporte do futuro”, sublinhou.

Pedro Nuno Santos referiu que, após anos de desinvestimento, está a ser feita uma aposta na ferrovia, dando o exemplo dos 10 alfas pendulares que estão a ser recuperados no Entroncamento, sete dos quais já foram entregues.

“Vamos terminar o ciclo de grandes reparações em março de 2020, o que nos vai ajudar muito depois na gestão do longo curso, porque deixaremos de ter um comboio de cada vez aqui parado de forma permanente. Isso vai melhorar em muito o serviço do longo curso”, afirmou.

O ministro adiantou que está igualmente em curso a recuperação, tanto em Guifões como no Entroncamento, de material “que foi sendo encostado ao longo de diversos anos”.

A visita às oficinas do Entroncamento visou mostrar como este terá que continuar a ser “um centro muito importante na ferrovia nacional”, enquadrando-se “numa estratégia muito mais vasta de investimento”, disse.

“Estamos a investir muito em novos corredores que nos ligam a Espanha, na modernização, na eletrificação da ferrovia nacional, trabalho que está a ser feito a par” da recuperação e manutenção do material circulante e da aquisição de novos comboios, que chegarão em 2023.

(Artigo atualizado às 18:44)