Tudo começou com a intervenção do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, no 31.º Congresso Nacional de Hotelaria e Turismo, organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que começou ontem, 21 de novembro, em Viana do Castelo. Na altura, Pedro Siza Vieira afirmou que "a deslocação da base aérea número 1 de Sintra para Beja já na primavera do próximo ano vai libertar muitos constrangimentos na gestão do espaço aéreo na proximidade do aeroporto de Lisboa e permitir mais movimentos com menos constrangimentos do que aqueles que se verificam".

As declarações chegaram às notícias a seguir ao almoço sumarizadas no título: "Deslocação da Base aérea n.º 1 de Sintra para Beja vai acontecer na primavera".

Ao princípio da noite, a câmara de Sintra reagia: "Câmara de Sintra garante que base área n.º 1 não será deslocada, contrariando ministro da Economia". “Na sequência das notícias vindas a público esta tarde sobre a ‘deslocação da base aérea n.º 1 de Sintra’ para Beja, a Câmara Municipal de Sintra, após contactos com o Governo, desmente formalmente a referida notícia que causou perplexidade no concelho”, refere uma nota da autarquia.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da câmara, Basílio Horta, era taxativo:“é evidente que a base aérea não sai de Sintra”, acrescentando que já tinha falado com o ministro da Defesa sobre o assunto. “Não sei o que disse o ministro da Economia, mas vi a notícia que foi dada, que põe na boca do ministro determinadas afirmações que não correspondem ao que diz a resolução do Conselho de Ministros, que não diz que a base aérea de Sintra é transferida para Beja. Isso criou em Sintra um clima de desconforto que era necessário esclarecer”, afirmou Basílio Horta.

Até que ao final da noite, chegava o esclarecimento oficial: “O ministro referiu-se à transferência da Base Aérea de Sintra para Beja. O ministro clarifica que se referia à transferência da Esquadra 101 de Sintra para Beja, decidida pelo Governo na Resolução do Conselho de Ministros 94/2019″, refeiu fonte oficial do ministério numa nota enviada à Lusa.