A reunião por videoconferência entre o secretário de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA), Lloyd Austin, e o seu homólogo chinês, Dong Jun, ocorre num momento em que Washington procura reforçar a cooperação na área da defesa na região da Ásia-Pacífico para combater a crescente influência da China, ao mesmo tempo que mantêm linhas abertas de comunicação com Pequim para evitar uma escalada de tensões.
Durante a conversa, “os dois responsáveis discutiram as relações de defesa entre os Estados Unidos e a República Popular da China e questões de segurança regional e global”, disse o porta-voz do Departamento da Defesa norte-americano (Pentágono), Pat Ryder, num comunicado.
De acordo com a nota informativa, Lloyd Austin “salientou a importância de continuar a abrir linhas militares de comunicação” entre as duas potências e “reafirmou que os Estados Unidos continuarão a voar, navegar e operar com segurança e responsabilidade onde quer que o direito internacional lhes permita”.
A reunião ocorre menos de uma semana depois de uma cimeira em Washington entre líderes norte-americanos, filipinos e japoneses, durante a qual estes condenaram o “comportamento perigoso e agressivo” de Pequim nesta zona marítima estratégica.
O diálogo sobre segurança militar entre EUA e China – impulsionado pelos Presidentes Joe Biden e Xi Jinping, durante uma reunião em novembro na Califórnia – foi retomado recentemente, com uma reunião de trabalho no início de abril entre representantes militares norte-americanos e chineses no Havai.
Antes, Pequim decidira interromper as negociações militares de alto nível com Washington após a visita de Nancy Pelosi, a então líder democrata da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), a Taiwan em 2022.
A China e os EUA passaram por um período de tensão muito forte no início de 2023, devido ao sobrevoo do território norte-americano por um balão de vigilância chinês, que na ocasião foi apelidado de “balão espião”.
Apesar de um certo degelo nas suas relações, o clima entre Pequim e Washington ainda permanece muito tenso, seja por rivalidades no campo tecnológico ou pelas posições sobre a autonomia da ilha de Taiwan.
Pequim reivindica a soberania sobre a ilha, que considera uma província da República Popular da China, e não exclui o recurso à força para a reunificação.
A questão de Taiwan é um dos principais pontos de fricção entre a China e os Estados Unidos, que são o principal fornecedor de armas a Taipé e se comprometeram a defender a ilha em caso de conflito.
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