A informação foi avançada pela empresa de segurança britânica Ambrey e confirmada pelos serviços de operações de comércio marítimo do Reino Unido (UKTMO), que comunicaram um “incidente” a 100 milhas náuticas da localidade de Salif, no Iémen, sem dar mais pormenores.
A Ambrey precisou que o navio, com pavilhão maltês mas de propriedade grega, “foi atingido por um míssil enquanto cruzava o sul do mar Vermelho em direção ao norte”, acrescentando que a embarcação tinha prosseguido a sua rota.
Segundo a empresa britânica, o navio dirigia-se para o Canal do Suez. Este navio e outros pertencentes à mesma frota têm feito escala em Israel desde 07 de outubro, referiu a mesma fonte.
O lançamento deste míssil ainda não foi reivindicado, mas os indícios apontam para os Houthis, que assumiram entretanto a autoria de um ataque contra um porta-contentores dos Estados Unidos que atravessava o Golfo de Aden, garantindo que os recentes bombardeamentos norte-americanos e britânicos que visaram as suas posições militares terão “uma resposta inevitável”.
O porta-voz dos Houthis tinha confirmado que os rebeldes iemenitas continuarão a realizar ataques no Mar Vermelho e no Golfo de Aden contra navios propriedade de Israel ou que se dirijam a um porto israelita “até que a agressão cesse e o cerco ao povo palestiniano seja levantado” na Faixa de Gaza.
Em resposta aos ataques Houthis no Mar Vermelho, através do qual navega cerca de 15% do comércio marítimo global, os Estados Unidos e o Reino Unido iniciaram na semana passada uma campanha de bombardeamentos contra posições militares dos rebeldes iemenitas pró-iranianos e aliados do grupo islamita palestiniano Hamas.
Nas últimas semanas, muitas empresas de navios optaram por evitar o Mar Vermelho — um ponto vital para o comércio entre a Ásia e a Europa — devido aos ataques dos Houthis.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 controla a Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.
Nesse dia, cerca de 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas fez até agora na Faixa de Gaza mais de 24 mil mortos e mais de 59 mil feridos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
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