“Eles disseram que os factos eram incontestáveis, mas que não os podem partilhar connosco”, disse Lavrov num encontro com jornalistas em Moscovo, citado pela BBC.
“Não nos dão mais nada, limitam-se a citar meios de comunicação, redes sociais e o vídeo, o que é absurdo da parte de especialistas”, acrescentou, citado pela agência russa Tass.
“A Rússia seria a primeira a querer travar um tal ataque”, assegurou o ministro russo.
Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra três alvos associados à produção e armazenamento de armas químicas na Síria.
O ataque foi uma retaliação pelo alegado ataque com armas químicas lançado pelo regime sírio a 07 de abril contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, no qual morreram pelo menos 40 pessoas.
“Isto aconteceu um dia antes de os inspetores chegarem [a Douma] para investigar”, disse Lavrov, referindo-se à missão da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) que se deslocou à Síria para investigar o ataque.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse na quinta-feira, numa entrevista à televisão nacional francesa, ter provas de que o regime sírio usou armas químicas no ataque a Douma e afirmou que isso constitui uma violação de uma “linha vermelha” que podia levar a ataques ocidentais.
Hoje, depois dos ataques, o Governo francês divulgou um relatório, baseado em “informações fiáveis” e “fontes abertas”, que concluiu que o ataque a Douma foi lançado pelo regime de Bashar al-Assad.
Também hoje, a Casa Branca divulgou um relatório citando “um significativo conjunto de informações” que aponta para o uso de cloro em Douma e “informações adicionais” que apontam para o uso de gás sarin.
“Com base nas informações recolhidas pelos nossos serviços e na ausência até à data de amostras analisadas por laboratórios nossos, França considera, para lá de dúvida possível, que um ataque químico foi perpetrado contra civis em Douma e que não há outro cenário plausível que ter sido um ataque das forças sírias”, lê-se no relatório, citado na imprensa francesa.
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