“Apelamos à distribuição imediata das vacinas existentes contra a monkeypox (varíola dos macacos) para imunizar as comunidades afetadas aos trabalhadores da saúde”, disse Ahmed Ogwell, diretor interino do Africa CDC, o organismo da União Africana para a saúde pública, durante uma conferência de imprensa virtual a partir da sede da organização, em Adis Abeba.

“É disto que África precisa, o que África merece, e o que África está a pedir à comunidade internacional”, acrescentou.

Além de assegurar que as vacinas contra a monkeypox chegam a África, Ogwell sublinhou ainda a importância de o continente desenvolver a sua “própria capacidade de fabricar vacinas, bem como de investigar e desenvolver novos produtos de que possa necessitar”.

“A África tem uma enorme lacuna no acesso não só às vacinas, mas também a outros produtos de saúde de que precisamos”, disse.

Ogwell lamentou no final de julho que o continente ainda não tivesse recebido quaisquer doses de vacinas contra monkeypox, enquanto países como os Estados Unidos e membros da União Europeia estavam a adquirir os medicamentos.

Até à data, os 55 países do Africa CDC registaram mais de 4.100 casos de monkeypox, dos quais apenas 483 infeções puderam ser confirmadas.

Três nações do continente – a República Democrática do Congo (RDCongo), Marrocos, Nigéria e África do Sul – documentaram 656 novos casos de monkeypox na última semana, dos quais apenas 24 foram confirmados, e 19 mortes.

A maioria destes casos de infeção e de mortes ocorreram na RDCongo, onde se registaram 558 casos e 17 mortes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou mais de 18.000 casos de monkeypox no continente desde o início deste ano.

Todos os países onde a doença é endémica são africanos: Benim, Camarões, República Centro-Africana (RCA), RDCongo, Gabão, Gana (onde só foi identificada em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.