Num comício da Aliança Democrática (AD) no Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego, no distrito de Viseu, Luís Montenegro criticou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, pelo seu passado como ministro, acusando-o de incompetência, e também por admitir entendimentos com "partidos políticos que defendem que Portugal não deve estar na NATO, e até que não deve estar na União Europeia".
"Para quem tem tantas pedras para lançar para cenários, ter esta realidade devia corar de vergonha aqueles que se propõem ao país poder governar perdendo e, perdendo, juntando-se àqueles que são contra os nossos princípios e contra os nossos valores", considerou.
Referindo-se ao projeto da AD liderado pelo PSD, acrescentou: "Somos de facto diferentes. Os portugueses sabem o que connosco podem esperar: Só assumirei as funções de primeiro-ministro na base da confiança real do povo português, e comigo não estarão, não estará ninguém que não se identifique com os princípios e os valores da social-democracia e da democracia-cristã".
Luís Montenegro traçou estas balizas depois de, uma vez mais, assinalar o segundo aniversário da invasão russa da Ucrânia e expressar "total solidariedade com o sofrimento do povo ucraniano".
Na sua intervenção, o presidente do PSD destacou a notícia de que "nesta altura há cerca de 30 mil alunos que ainda não têm professor pelo menos a uma disciplina" e considerou que o atual estado da educação pública constitui "um ataque ao futuro" e "um ataque à democracia", porque coloca em causa a igualdade de oportunidades.
Se o PSD formar Governo, a "prioridade máxima" serão os jovens, reiterou, prometendo-lhes "mais oportunidades, mais qualidade de vida, mais rendimentos".
Uma das afirmações mais aplaudidas no Teatro Ribeiro Conceição, que tem 417 lugares sentados e estava cheio, foi o princípio enunciado por Luís Montenegro de que não aceita "uma sociedade em que quem trabalha tenha um rendimento inferior a quem não trabalha", que fez questão de repetir em Lamego.
"O problema não está no rendimento daqueles que circunstancialmente não estão a trabalhar e que têm de viver com prestações sociais, que nós manteremos, que nós atualizaremos", ressalvou, acrescentando que "o problema é os salários serem muito baixos".
O presidente do PSD lamentou o pouco destaque dado à proposta da AD de criação de um Suplemento Remunerativo Solidário, para garantir que o aumento do rendimento do trabalho não conduz a uma perda de rendimento disponível.
"Garantimos que ninguém que esteja a receber prestações sociais e entre no mercado de trabalho possa ganhar menos do que aquilo que era o seu rendimento antes de começar a trabalhar", realçou.
Luís Montenegro terminou o seu discurso com um apelo ao voto útil, argumentando que para evitar novo Governo do PS, do qual só se pode "esperar pior resultado", a única opção é votar na AD.
"De que é que nós precisamos? De pessoas que façam bem no Governo, porque é isso que tem faltado a Portugal", afirmou.
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