“Ao contrário do que muitas vezes se diz, o PSD está intimamente ligado à criação do SNS e ao apetrechamento das condições que o fizeram funcionar todos estes anos”, considerou Luís Montenegro, que visitou esta manhã o centro de saúde de Algueirão Mem-Martins, no concelho de Sintra, em Lisboa.

Questionado sobre a sua presença na reunião do Grupo Parlamentar do PSD hoje, o líder dos sociais-democratas considerou que o partido “vive tempos de unidade e coesão”, apesar de algumas “divergências de opinião” no seio da bancada parlamentar, que contrastam com os “problemas de desunião e desentendimento” do Governo.

“O contraste entre a coesão e a unidade do PSD com os problemas de desunião e de desentendimento do Governo é muito grande”, defendeu.

Montenegro considerou que “se há coisa que este primeiro ano de mandato desta direção política e deste presidente do PSD pode afirmar, é que o PSD vive tempos de unidade, de coesão, dentro de uma diversidade de opinião que é típica, que é tradicional e que é até apanágio do nosso partido”.

O líder dos sociais-democratas recuou a 1979 e disse que desde essa altura “que o PSD tem uma visão de que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] deve funcionar com a contribuição, naturalmente, estrutural, com o esteio principal, dos equipamentos e dos profissionais do Estado, mas com a contribuição do setor privado e agora também do setor social, que há época não tinha a mesma projeção que tem hoje”,

“E hoje, como em 1979, nós mantemo-nos na mesma linha de pensamento, arriscaria dizer que hoje com mais intensidade aquela que era a nossa ideia, aquela que nos distinguiu logo do PS nesse primeiro momento, se apresenta como absolutamente crucial para poder resolver este afunilamento em que o SNS se encontra por incapacidade de atrair e de reter recursos humanos”, sustentou.

Na última paragem de um périplo que iniciou esta semana dedicado à saúde — e que termina esta tarde com um debate fixado pelo PSD no parlamento em que irão a discussão e votação cinco recomendações dos sociais-democratas ao executivo — o presidente do PSD defende a instituição pelo país de Unidades de Saúde Familiar de modelo ‘B’.

“O que nós preconizamos é que se possa uniformizar no país a instituição de unidades de saúde familiar de modelo ‘B’ que têm flexibilidade de gestão, mecanismos de retribuição de desempenho, que são geradoras de maior capacidade de retenção de profissionais de saúde, em particular médicos mas não só, também enfermeiros e assistentes técnicos”, disse.