Em entrevista à CNN, Luís Montenegro disse que tenciona cumprir o seu mandato como líder do PSD – que termina em julho – e, questionado se mantinha a intenção de se recandidatar mesmo se não vencer as legislativas (como antes tinha dito quando apenas estavam marcadas europeias), respondeu afirmativamente.

“Mantenho essa intenção”, disse, acrescentando, mais à frente, que conta ter “resultados compatíveis” com essas intenções.

Questionado se deixará passar um eventual governo minoritário do PS que resulte das legislativas de 10 de março, Montenegro respondeu negativamente.

“Não vejo forma de os deputados da AD (Aliança Democrática, que integra PSD, CDS-PP e PPM) viabilizarem uma governação do PS, ela é o contrário do que nós defendemos”, disse, sem esclarecer, contudo, se tomará a iniciativa de apresentar uma moção de rejeição ao programa de um executivo liderado por Pedro Nuno Santos.

Na entrevista, Montenegro sublinhou que já traçou as suas balizas – “governarei se ganhar as eleições e governarei na base de um apoio político que não integrará o Chega -, mas admitiu que “o PSD é muito maior” do que ele.

“Não tenho nenhuma tentação de me fazer maior que o PSD, eu não acredito em super-heróis”, disse.

Se não conseguir alcançar nas urnas essa maioria nem formá-la através de acordos parlamentares com partidos como a IL, Montenegro disse estar “disponível para governar com um governo minoritário como já aconteceu”.

Confrontado com uma frase de André Ventura de que teria “a garantia" de que se houver maioria de direita o PSD irá formar Governo com o Chega, Montenegro considerou-a “muito estranha” e reduziu “a zero” essa possibilidade consigo na liderança.

“O PSD tem uma liderança assumida por mim e a nossa liderança já balizou as condições em que vamos exercer a governação, André Ventura tomará as decisões que entender e será responsabilizado por elas”, disse.